O Rio Grande do Sul registrou o recorde de 73 surtos ativos relacionados ao coronavírus, conforme contabiliza o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Ao menos 26.783 trabalhadores seguem expostos à doença. Dos 128 surtos associados à Covid reportados de 20 de março a 23 de julho, 55 já foram encerrados – ou seja, em um período de 15 dias, não houve mais nenhum caso positivo.
Dos surtos em investigação, 58 ocorrem em regiões consideradas de risco alto, identificadas com bandeira vermelha do Distanciamento Controlado, e 15 em regiões de risco médio, com bandeira laranja no modelo de enfrentamento à pandemia.
É nas Instituições de Longa Permancência (ILP) que se registra o maior volume de surtos ainda em monitoramento: 28. Os espaços expõem 4.546 pessoas ao risco de contrair o vírus. De acordo com o boletim estadual semanal, 802 pessoas do total de expostos (17,6%) tiveram o diagnóstico positivo ao coronavírus por laboratório. Do total de casos, foram registrados 46 (5,7%) óbitos em ILP e um óbito secundário.
Com dez situações, Porto Alegre é o município, entre as 17 cidades com surtos ativos em ILPs, com o maior risco de contágio. O levantamento da SES contabiliza duas mortes por coronavírus em casas de longa permanência e taxa de risco de 67,5% entre a população exposta. O segundo maior volume de surtos em investigação é registrado em São Leopoldo, com três ILPs e cinco óbitos até o momento.
Indústria, comércio e atividades econômica e administrativa
Do total de 73 surtos em investigação, 25 foram registrados em empresas com atividade comercial, industrial, econômica e administrativa. Essa categoria não considera os frigoríficos e laticínios, que compõem uma seção específica do boletim epidemiológico. Os surtos ativos nessas três atividades expõem 12.964 pessoas ao vírus. Desse total, 245 delas (1,9%) deram positivo para Covid e duas evoluíram a óbito.
Ao todo, 18 municípios gaúchos reportaram surtos associados à Covid-19 nessa categoria. As cidades de São Marcos e Nova Prata contabilizam três contaminações em massa. Entretanto, a maior taxa de ataque entre expostos é de Palmeiras das Missões, com índice de 12,0%.
Surtos em frigoríficos em 18 cidades
Atualmente, 20 surtos em frigoríficos e laticínios, distribuídos em 18 municípios, seguem em investigação. Segundo o levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), mais de 26,7 mil trabalhadores do setor foram expostos ao coronavírus. Desses, 4.397 (16,4%) tiveram diagnóstico positivo para Covid-19, quatro casos envolvem óbitos de trabalhadores e duas mortes foram secundárias – contactantes de pessoas que se contaminaram.
Das três categorias apresentadas pela SES, os serviços ligados aos frigoríficos e laticínios são responsáveis pelo maior volume de expostos à pandemia. Metade dos surtos em investigação, como consta no boletim estadual, está ativa há mais de 90 dias – ou seja, desde abril. Do total de 20 em investigação, apenas quatro começaram em junho. Nenhum surto, nesta categoria de serviço, se iniciou em julho.
