Prefeitura de Campo Bom disponibiliza medicamentos aos moradores para prevenir a Covid-19

O prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, afirmou na manhã desta terça-feira (14), em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Rádio Guaíba, que o município está “trabalhando dentro de uma sistemática para oferecer aos médicos e seus pacientes um tratamento eficiente” no combate ao coronavírus e, por isso, publicou edital para compra de medicamentos de “prevenção ao vírus”. Foi decidido após reunião do comitê municipal de saúde, com divergências, que é responsabilidade do município “disponibilizar o medicamento ao cidadão porque precisa ter o medicamento lá se quiser tomar”.

O prefeito descarta que o tratamento da doença seja uma pauta política e garante que os medicamentos que estão sendo usados para suposta prevenção “estão sendo usados em outras localidades com relativo sucesso”. O gestor municipal fez referência à cidade paulista de Porto Feliz, que vem utilizando medicamentos como a Ivermectina e a Cloroquina no tratamento inicial dos pacientes com um quadro leve da doença com “relativo sucesso”.

O uso da Ivermectina e da Cloroquina não possui eficiência comprovada no combate ao coronavírus, mas Orsi acredita que os “gestores estão interessados em usar todas as armas possíveis no combate à Covid-19”. Ele ainda acrescenta que a “maioria é contra o uso (desses medicamentos), mas esta é uma situação muito atípica”.

Já a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, destacou que “não há, por parte dos especialistas, qualquer protocolo afirmando que seja necessária ou eficiente fazer essa medicação. O Estado não está fazendo protocolos para o tratamento precoce da doença”. A secretária garantiu que o assunto será debatido pela sua equipe ainda hoje porque o tema é um “divisor de opiniões” entre a categoria, mas ressaltou que o Rio Grande do Sul “não vai tomar a posição de recomendação” de qualquer medicamento.

A prescrição de qualquer remédio de prevenção em Campo Bom só ocorrerá após consulta médica e concordância entre médico e paciente. “Será um ataque inicial mais forte que, no inicio do quadro da doença, vem demonstrando que funciona”, afirmou. O objetivo dessa ação seria evitar “que os casos se agravem e cheguem a uma internação hospitalar em uma UTI, por exemplo”.

Um termo será assinado entre as partes envolvidas no tratamento, porque “a prática médica diz que quando não se sabe muito sobre uma doença, se aprende muito com as experiências”. “Estamos em uma pandemia, logo, não é uma situação que nós temos o controle. Esperar um estudo ou uma vacina, é complicado”, justificou o prefeito.

Temendo a auto-medicação indevida o Luciano Orsi ressaltou “que não existe um milagre, uma cura” e que essa “não é uma questão de dizer como vai se medicar, sem nenhum critério”. “Os profissionais da área da saúde vão trabalhar com as informações que chegam diariamente sobre o tema”, garantiu. “Eu respeito muito a questão médica, mas vivemos um dilema médico”, finalizou.