Marchezan é questionado sobre medidas restritivas em reunião com vereadores

Parte dos parlamentares criticou envio de projetos em meio a pandemia, e parte reclamou do 'abre e fecha' da economia

Em junho, Marchezan participou de sessão virtual na Câmara | Foto: Reprodução/CMPA
Em junho, Marchezan participou de sessão virtual na Câmara | Foto: Reprodução/CMPA

Em uma reunião que durou mais de duas horas e meia, o prefeito Nelson Marchezan Jr. respondeu a questionamentos de vereadores, na tarde desta segunda-feira, em relação à pandemia de coronavírus em Porto Alegre. Apesar de o prefeito ter anunciado que pretendia discutir um pacote de projetos para modernização da cidade, que envolvia medidas, por exemplo, nas áreas da educação, sustentabilidade e mobilidade, a videoconferência acabou concentrada na estratégia de enfrentamento à Covid-19.

Em manifestações, vereadores questionaram Marchezan sobre medidas restritivas na cidade, especialmente em relação ao último decreto, emitido na madrugada desta segunda-feira. O líder da bancada do Dem, Mendes Ribeiro, afirmou que “foi feito muito pouco” pelo governo municipal. “O abre e fecha é ruim para todo mundo. É terrível”, ressaltou, em relação ao último decreto. O vereador Felipe Camozatto (Novo) também ressaltou a preocupação com a economia da cidade.

Representando a bancada do Progressistas, Cassiá Carpes se disse “surpreendido” com o fato de o prefeito trazer, neste momento, um pacote de projetos para discussão em meio a uma pandemia, e também criticou o “fecha e abre” da economia. “Parece que (a prefeitura) não se preparou na questão de projetar (a demanda) do futuro”, apontou.

Do PT e do PSol também vieram críticas ao prefeito. Em nome da bancada do PT, Adeli Sell ressaltou que esse não é o momento de discutir projetos futuros, mas focar na realidade atual. “Todos fomos pegos de surpresa”, disse, referindo-se ao assunto da reunião, convocada pelo prefeito.

Durante as manifestações, os vereadores trouxeram relatos e dúvidas sobre as ações do Executivo. Representando a bancada do MDB, Lourdes Sprenger demonstrou preocupação com o panorama atual na cidade, assim como Claudia Araújo, do PSD.  As medidas previstas no último decreto, como fechamento de mais atividades comerciais, foram criticadas pelos vereadores do PDT, Márcio Bins Ely, e do Solidariedade, Clàudio Janta.

Marchezan defende restrições
O prefeito reiterou que os critérios que vêm sendo adotados pela Prefeitura tomaram por base estudos técnicos e o ritmo de aumento da ocupação de leitos de UTI. “Quanto mais rápido funcionar o isolamento, mais rápido as flexibilizações voltarão a acontecer em Porto Alegre”, disse o prefeito.

Marchezan lembrou que desde o início da gestão entregou novos leitos, invertendo a lógica de anos anteriores. “Iniciamos as medidas de distanciamento social em 16 de março, e esse tempo foi muito importante para organizar e estruturar a gestão hospitalar de forma integrada”, ressaltou.

Projetos para a cidade
Entre os projetos que serão protocolados ou já chegaram ao Legislativo, o prefeito destacou, entre outros, o que retira o monopólio da Procempa; o que altera a Lei do Solo Criado; o que suspende o recolhimento da contribuição previdenciária da parte patrimonial do Município, o que libera operaçao de crédito para a compra de ônibus pela Carris e os da área de mobilidade urbana, como o que cria taxa para veículos de aplicativo, e o que cria uma espécie de pedágio para que carros de fora da cidade entrem na área central.

O presidente da Câmara de Vereadores, Reginaldo Pujol, ressaltou que “todos os projetos serão apreciados, emendados, aprovados ou rejeitados”, sempre com “ação” e nunca com “omissão”.