PF indicia ex-prefeito de Rio Pardo por envolvimento em esquema milionário de desvio de dinheiro da saúde

Rafael Reis Barros deixou a prisão, nessa semana, após decisão judicial obtida junto ao STJ. Operação da Polícia Federal investiga desvios de até R$ 15 milhões

Foto: Lula Helfer / Gazeta do Sul / CP

A Polícia Federal indiciou o ex-prefeito de Rio Pardo Rafael Reis Barros por envolvimento em um esquema de desvio de R$ 15 milhões na saúde. Além dele, outras quatro pessoas foram incriminadas, incluindo o ex-procurador-geral da Prefeitura, Milton Coelho, pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e estelionato. O inquérito foi concluído nessa sexta-feira. Rafael Reis Barros deixou o presídio de Canoas, na quinta-feira, após decisão do Superior Tribuanl de Justiça (STJ). Após operação da PF, o ex-prefeito renunciou o cargo e foi expulso do PSDB.

Conforme a Polícia Federal, a operação Camilo, deflagrada no fim de maio, apurou diferentes crimes contra o erário público. O prejuízo estimado, até o momento, é de R$ 15 milhões em recursos da saúde repassados pela União e pelo Estado do Rio Grande do Sul a uma organização social contratada pela Prefeitura de Rio Pardo para administrar o Hospital Regional do Vale do Rio Pardo. Ao todo, foram cumpridas 129 medidas judiciais, em 17 cidades do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio e Santa Catarina, resultando, inicialmente, na prisão de 15 pessoas.

Após ter sido indiciado pela PF, o ex-prefeito considerou que o resultado final das investigações foi divulgado para tirar o foco da decisão judicial, que relaxou a prisão dos envolvidos.

Nota do ex-prefeito Rafael Reis Barros:

“Tradicionalmente os indiciamentos em sede da polícia federal acontecem no início das investigações e não ao final. Portanto, a divulgação do indiciamento realizada na data de hoje, possui o claro propósito de tirar o foco da notícia de concessão de liberdade para todos os investigados da operação. O indiciamento é o ato praticado pelo delegado de polícia, enquanto presidente da investigação, no qual apresenta suas conclusões. Há muitos anos, a comunidade jurídica discute a utilidade de tal ato, já que não há qualquer consequência ou efeito, pois será o agente do Ministério Público quem decidirá qual a imputação cabível. De qualquer sorte, a defesa recebe o previsível resultado das investigações com serenidade e aguarda a posição do MPF sobre o caso, ocasião em que apresentará sua defesa escrita nos autos, como manda a lei. A defesa renova aqui, de público, sua confiança nos poderes constituídos e na absolvição de seus constituintes.

Ezequiel Vetoretti, Rodrigo Grecellé Vares, Eduardo Vetoretti e Roger Cenci Zaquia”