Covid: Porto Alegre vai fechar parques cercados e orla por 15 dias

Marchezan Jr. também anunciou suspensão de atividades em igrejas, academias, comércio de veículos e salões de beleza

Foto: Anselmo Cunha / PMPA / Divulgação

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., anunciou que vai fechar os parques cercados e a orla do Guaíba, por 15 dias, a partir deste sábado, para evitar aglomerações em razão do avanço de casos graves de internação de pacientes com a Covid-19. Em live nesta, Marchezan disse que momento é de perigo, e não mais de cautela. O reforço das restrições, que também vale para setores do comércio, como o Mercado Público, a partir de segunda-feira, deve ter as regras detalhadas em um decreto a ser publicado ainda neste fim de semana.

“A velocidade [de ocupação de leitos de UTI] aponta que estamos em um momento de perigo. Se antes era de cautela, agora é de perigo e precisamos segurar a contaminação”, enfatizou o prefeito.

Para reduzir a movimentação, pela primeira vez, serão fechadas as cerca de 5 mil vagas de estacionamento rotativo (Área Azul), assim como bolsões para estacionamento em áreas estratégicas da cidade. Além disso, serão suspensos os vale-transportes de trabalhadores de serviços não essenciais, também por duas semanas.

Marchezan ressaltou que é necessário manter o isolamento em cerca de 55%. Nesta sexta, conforme ele, o índice ficou em 42%: “Isso é normal, e a vida não está normal”, advertiu. O relógio virtual com o índice medido no dia anterior vai ser atualizado a cada 24 horas em um site criado especificamente para o pacote de medidas, chamado de Desafio Porto Alegre. Desde o início da pandemia, 106 pessoas morreram vítimas da Covid-19 na cidade. Mais de 3,8 mil se infectaram.

Outras restrições foram anunciadas pelo prefeito. Entre elas, a suspensão de atividades em igrejas, academias, comércio de veículos e salões de beleza.

Apelo para o distanciamento social
Ao citar a demanda elevada, não apenas em UTIs, mas em postos de saúde e leitos de enfermaria, Marchezan pontuou para “dias cruciais” nas próximas duas semanas. “Não sabemos se serão as últimas restrições, mas elas são fundamentais para tentar segurar a curva de contaminação”, afirmou.

O prefeito pediu “engajamento” dos moradores da cidade e reforçou a necessidade de isolamento social. Negando que a orientação se baseie em “achismos”, Marchezan salientou que, há 15 dias, a Prefeitura previa 174 leitos ocupados pelos pacientes de Covid-19. Hoje, o número já chega a 175.

Conforme o prefeito, o crescimento acelerado muda essa projeção para 225 leitos, ainda no mês de julho. “Por isso, é extremamente importante que os cidadãos compreendam que chegamos no limite”, concluiu.

Interditados a partir deste sábado:

  • parques Moacyr Scliar (trecho 1 da Orla), Gabriel Knijnik, Germânia, Chico Mendes e Harmonia.

Valem a partir de segunda-feira: 

  • Suspensão das atividades de academias, salões de beleza, lojas de eletroeletrônicos, igrejas e Mercado Público;
  • Novo controle de entradas em supermercados e hipermercados, além da restrição de apenas um adulto por família dentro de estabelecimentos do tipo;
  • Suspensão das vagas de Área Azul;
  • Interdição de bolsões de estacionamento, como os do Parque Marinha do Brasil e Viaduto da Borges de Medeiros, próximo à elevada do Hospital Mãe de Deus;
  • Redução de atendimento simultâneo em lojas de ferragens e materiais de construção (um cliente por atendente).

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