A primeira pesquisa nacional sobre o avanço da Covid-19 no Brasil identificou que o total de pessoas que tiveram contato com o vírus pode ser até sete vezes maior que o acumulado divulgado diariamente pelo Ministério da Saúde.
Com os dados atuais apontando para 1.496.858 casos confirmados da doença, é possível dizer que o novo coronavírus já pode ter infectado quase 10,5 milhões.
O estudo, realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o Ministério da Saúde, teve os detalhes apresentados nesta quinta-feira no Palácio do Planalto.
O estudo, realizado em três fases, teve por objetivo “estimar a proporção de pessoas com anticorpos para a Covid-19 e analisar a evolução de casos na população brasileira, por meio de uma amostragem de participantes em 133 cidades sentinelas —que são os maiores municípios das divisões demográficas do País”.
De acordo com o governo federal, os dados obtidos pelo estudo poderão auxiliar os gestores locais na criação de “estratégias de abrandamento” das medidas de isolamento social.
Nos três inquéritos populacionais, que foram realizados a cada duas semanas, equipes do Ibope realizaram visitas domiciliares e testaram 89.397 pessoas em todas as regiões do Brasil. O método, no entanto, enfrentou problemas ao longo da execução por conta da resistência local dos gestores.
Segundo a UFPel, já no início da primeira etapa, em quase 40 cidades os agentes foram impedidos de trabalhar porque tiveram de aguardar a autorização das prefeituras. Em alguns casos, de acordo com a universidade, eles foram detidos e, por isso, a primeira etapa contou com a participação de apenas 90 cidades.