Ressaca pós-ciclone causa estragos no litoral gaúcho

Em vários pontos da orla, houve mais registro de prejuízo

Foto: Guilherme Almeida/CP

Após o vendaval provocado pelo ciclone extratropical que cruzou a região entre a noite de terça e a manhã de quarta-feira, a fúria do mar marcou a quinta-feira, nas praias gaúchas. A ressaca provocada pelo fenômeno meteorológico já era prevista pela Marinha, que emitiu alerta aos navegantes sobre o risco de ondas de 3 a 4 metros entre o Chuí e Florianópolis (SC). Em vários pontos da orla, houve mais registro de prejuízo.

No dia anterior, os ventos de até 95 km/h provocaram quedas de placas, árvores e postes, além de destelhar casas e até mesmo o Hospital de Tramandaí.

Em Imbé, o avanço das águas ficou evidente no Guia Corrente, junto à Barra do Rio Tramandaí. Pedaços de concreto da estrutura foram deslocados, e até mesmo pedras do calçamento de paralelepípedo foram levadas pelo mar.

Em Tramandaí, a força das ondas provocou erosão do solo e parte do pavimento acabou cedendo perto do trecho de calçadão próximo ao letreiro da cidade. O mar ainda avançou por dentro da tubulação de esgoto pluvial e alagou ruas próximas à praia.

Em Capão da Canoa, de acordo com o coordenador de Defesa Civil, Maurício Porto, houve também erosão de parte do calçadão à beira-mar.

O comandante da agência de Tramandaí da Capitania dos Portos, capitão de corveta Darcy Dalbon, projeta que a ressaca ainda prossiga, pelo menos, até a noite desta sexta, com ondas entre 3 e 4 metros de altura na faixa litorânea.

“O Centro de Hidrografia da Marinha havia divulgado previamente a previsão de ressaca e mau tempo. Com isso, encaminhamos para as colônias de pesca, agências de navegação e terminais marítimos esse aviso. Mas essa está sendo uma das mais intensas”, classifica.

Campanha
O Hospital de Tramandaí, que sofreu destelhamento em uma ala onde atendia 10 pacientes, lançou uma campanha de arrecadação de recursos para auxiliar na reconstrução. A casa de saúde aceita doações de materiais de construção – como telhas, madeiras, pregos, tijolos, cimento e calhas, que podem ser feitas diretamente na sede da instituição.

Quem preferir ajudar com dinheiro pode colaborar depositando diretamente na conta do hospital (Banco do Brasil, agência 2672-7, conta 57.171-7 e CNPJ 13.183.513/0002-08). “Fizemos uma força-tarefa porque a prioridade para nós é o hospital”, garante o prefeito de Imbé, Pierre Emerim, que junto com a Prefeitura de Tramandaí, está engajado no restabelecimento pleno da estrutura.