A Polícia Civil apresentou, na manhã desta quinta-feira, a conclusão das investigações do assassinato do menino Rafael Winques, na cidade de Planalto, ocorrido em 15 de maio. O inquérito, de quatro volumes e com cinco anexos, concluiu que a mãe do menino cometeu homicídio hediondo triplamente qualificado, por motivação fútil, emprego de asfixia e impossibilidade de defesa, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. De acordo com o inquérito, ela matou o menino porque não admitia ser contrariada. A Polícia também pede que a prisão preventiva dela seja mantida.
A chefe de Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Nadine Anflor, garantiu que o inquérito fornece as “respostas às perguntas feitas pela sociedade sobre o que aconteceu na cidade de Planalto”. A delegada destacou, em entrevista para o programa Direto Ao Ponto, da Rádio Guaíba, que Alexandra Dougokenski buscou a Delegacia para fazer um boletim de ocorrência, mobilizando as forças policiais para realização de buscas por Rafael sabendo que ele já havia morrido. “Havia nas equipes a clara intenção de encontrar esse menino vivo, mas, no desenrolar das investigações, existiram contradições nas declarações da mãe e no seu relato ao descrever os acontecimentos”, explica a delegada.
Ao longo das investigações, as equipes não eliminaram nenhuma possibilidade ou suspeita, mas a “percepção sensível dos agentes” em relação aos comportamentos de Alexandra apontou para a mãe como a principal suspeita do crime. Nadine Anflor se disse surpresa com a capacidade de manipulação da mulher. “No dia da reprodução do crime, (Alexandra) teve contato com o filho mais velho e o namorado, onde construiu uma narrativa que afirmava que ela não tinha matado ninguém”, relatou.
Sobre as suposições, apresentadas pelos antigos advogados de defesa da acusada, de uma possível coação policial, a delegada disse serem infundadas: “Ela queria falar. A confissão foi espontânea, inclusive os advogados não abandonaram o caso. Eles foram desconstituídos dos seus cargos pela Alexandra”, relatou. “No momento em que ela tomou essa decisão, foram acionados a OAB-RS, a Corregedoria da Polícia Civil e a Defensoria Pública, como garante o protocolo”, garantiu.
A chefe de Polícia Civil esteve na cidade de Planalto e afirmou que “o local do crime fala”. Ela também observa que, apesar de as pessoas relatarem que as relações familiares, principalmente a entre mãe filhos, pareciam boas, ambos os meninos tinham medo de Alexandra. O irmão de Rafael, em casa na hora do crime, “ouviu alguma coisa, mas, pelo temor que tinha em relação a mãe, não se manifestou”. As investigações, segundo a delegada, descartaram a possível participação de uma segunda pessoa no crime.