O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, na cúpula virtual do Mercosul, que entre as principais ações futuras da administração está a de desmentir informações negativas que vêm sendo divulgadas sobre a atuação do governo na área ambiental.
Ele disse que a gestão vai trabalhar para “desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil” e “expor as ações que temos tomado em favor da proteção da floresta amazônica e do bem estar das populações indígenas”, declarou.
O desmatamento da Amazônia e a forma como o Brasil combate a destruição da natureza se tornaram alvos de críticas de ambientalistas e governos de todo o mundo, colocando em risco futuros acordos comerciais do país e do bloco.
Para Bolsonaro, que teve ao lado dele, durante a videoconferência, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, os “históricos acordos selados em 2019 com a União Europeia e a associação europeia de livre comércio” mostraram que o bloco está “no caminho certo”.
“Instruam seus negociadores a fecharem os textos. Atuemos com o firme propósito de deixá-los prontos para assinatura neste semestre”, pediu Bolsonaro.
O presidente também afirmou que o Brasil está disposto a avançar em outras parcerias internacionais: “Queremos levar adiante as negociações abertas com Canadá, a Coreia, Cingapura e o Líbano, expandir os acordos vigentes com Israel e a Índia e abrir novas frentes na Ásia, e temos todo interesse em buscar tratativas com os países da América Central.”
A 56ª reunião de cúpula de chefes de Estado do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, ocorreu, pela primeira vez, pelo modo virtual.
A presidência rotativa da cúpula, até então a cargo do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, passou hoje para o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.
Bolsonaro disse ainda que espera que a Venezuela, do presidente Nicolás Maduro, “retome o caminnho da liberdade” e criticou a não participação de Jeanine Áñez Chávez, da Bolívia, na cúpula.
“Nesse mesmo espírito de valorização da democracia, lamento que o governo da presidente Jeanine Áñez, contrariamente à vontade do Brasil, não tenha podido participar dos nossos trabalhos ao longo do semestre.”
O governo de Jeanine Áñez, proclamada presidente da Bolívia após a saída de Evo Morales, é contestado internamente e por outros países, mas não pelo Brasil.
Antes de Bolsonaro, o presidente do Paraguai afirmou que, apesar da pandemia, os negócios envolvendo o Mercosul foram essenciais para garantir parte das negociações efetivadas pelo governo paraguaio.