Pacientes com câncer “não têm risco aumentado de contrair o coronavírus”, afirma especialista

O "volume de informações, a rapidez com que elas surgem e ainda se essas são verdadeiras" causam grande confusão na maioria da população

(Foto: HMV / Divulgação)

O número elevado de mortes relacionadas ao câncer em Porto Alegre, nos últimos 6 meses, está causando preocupação na comunidade médica. No referido período, foram 1.214 óbitos em decorrência das complicações da doença na cidade e 102 pacientes morreram por causa do coronavírus. “O coronavírus é um problema importante, mas parece que nos último três meses é o único problema”, lamentou Carlos Barrios, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

Barrios, em entrevista ao programa Direto Ao Ponto, da Rádio Guaíba, afirmou que “as pessoas estão com muito pânico dentro das suas casas” por causa da pandemia. O temor acaba resultando no abandono dos cuidados com a saúde. “É preciso ir aos hospitais para fazer os exames. É necessário, usando todos os recursos de proteção individual, procurar o seu médico”, orienta o especialista. Outra sugestão para garantir a segurança dos pacientes é “saber quais hospitais que atualmente atendem pacientes com outras comorbidades sem unidades de Covid-19”.

O oncologista garante que os pacientes com câncer “não têm risco aumentado de contrair o coronavírus” ou até mesmo de ter um quadro mais grave de doença viral. O câncer é a principal causa de mortes em Porto Alegre desde 2018. Anualmente, em média, 12 mil pessoas morrem na capital gaúcha, sendo 23% delas pelo câncer e 2.500 por problemas cardíacos. As infecções virais, antes da pandemia, eram responsáveis por menos de 200 mortes na região.

O médico finalizou sua participação orientando as pessoas para não tomarem decisões precipitadas e sem a orientação adequada de um profissional da área. O “volume de informações, a rapidez com que elas surgem e ainda se essas são verdadeiras” são fatores que causam grande confusão na população. “Entrem, sempre que possível, em contato com os seus médicos. Liguem, quando possível, para fazer um teleatendimento. Não se pode fugir das consultas médicas regulares ou específicas”, alertou.