Passada a fase mais crítica do ciclone explosivo que atingiu o Sul do Brasil, destruindo casas e desalojando famílias, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul alertou a população gaúcha sobre a continuidade de frio e chuva e a possibilidade de inundações em diferentes partes do Estado. “Estamos monitorando o nosso sistema hidrológico, fazendo o levantamento dos rios. Como houve mais de 100 milímetros, agora tem a onda de inundações. Em São Sebastião do Caí, temos 73 pessoas fora de suas residências por alagamento. Trabalhamos com as secretarias do meio ambiente e meteorologistas para que, se for necessário, emitir um alerta para as emissões ribeirinhas se precaverem e minimizarem os danos”, afirmou o coronel Júlio Cesar Rocha Lopes, coordenador do órgão, em entrevista à Rádio Guaíba.
De acordo com o militar, o ciclone agora segue para o oceano e perde força, mas a situação de alerta total continua valendo. “Na segunda-feira emitimos um alerta de chuvas bastantes expressivas, ventos fortes de até 70 km/h, descargas elétricas e raios”, disse, apontando que todo o efetivo da Defesa Civil está “trabalhando forte para minimizar e levar uma ajuda humanitária às pessoas”. “Nossa preocupação maior é fazer o levantamento dos dados para nós levarmos a ajuda necessário com as defesas civis municipais. Cada município foi atingido de um jeito, vamos pontuar cada um para a gente pode avaliar e levar a ajuda adequada”, afirmou.
Ele também comentou que o órgão se colocou à disposição para ajudar seu par em Santa Catarina, onde os ventos passaram de 100 km/h e ao menos nove pessoas morreram. “Colocamos a nossa Defesa Civil a disposição daquele estado, conversei com o governador Eduardo leite e ele me autorizou”, disse. Aqui, não houve fatalidades – o Estado registrou na terça uma fatalidade em Nova Prata, mas, conforme o coronel, ela não está configurada se foi em virtude da enchente.
Pandemia dificulta trabalhos
Rocha Lopes avaliou que a crise sanitária causada pela Covid-19 tem dificultado o trabalho de realocação de pessoas que tiveram que deixar suas casas, como em São Sebastião do Caí, onde os desabrigados foram encaminhados a um ginasio. “Há uma preocupação porque estamos numa pandemia. Tentamos, na medida do possível, atuar dentro dos protocolos, levando álcool gel, máscaras, luvas, para que possamos minimizar cada vez mais o contágio, procurando não colocar tantas pessoas em um lugar só. Estamos cuidando disso”, afirmou.
Por fim, ele fez um pedido: “Aqueles que não tiverem suas casas atingidas, a gente pede que fiquem em casa e se protejam, porque temos a pandemia que está presente e temos que nos proteger e aqueles que a gente ama”.