Mourão evita falar se indicação de Decotelli será mantida por Bolsonaro

Inconsistências no currículo de Carlos Alberto Decotelli motivaram adiamento da posse do professor no Ministério da Educação

Hamilton Mourão comentou impasse envolvendo indicação de Decotelli ao MEC | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Hamilton Mourão comentou impasse envolvendo indicação de Decotelli ao MEC | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, comentou o impasse sobre a indicação de Carlos Alberto Decotelli ao Ministério da Educação. A declaração foi dada em entrevista ao programa Bom Dia da Rádio Guaíba nesta terça-feira. Mourão afirmou que cabe ao presidente Jair Bolsonaro decidir o futuro do indicado para o comando da pasta. Uma série de inconsistências no currículo do professor colocou em xeque sua posse.

O vice-presidente ressaltou que Decotelli tem um perfil técnico e que é conhecedor do tema educacional e de gestão pública. No entanto, Mourão evitou falar se Bolsonaro irá manter a decisão para o MEC. “Os dados que eu tinha a respeito do professor Decotelli eram os melhores possíveis, por ele aliar dois fatores que eu considero extremamente importantes para alguém que fosse assumir o Ministério da Educação. Número um, era ter conhecimento do sistema educacional. Número dois, ter conhecimento de gestão pública”, avaliou. “Vamos aguardar aí a decisão do presidente”, completou Mourão.

Pandemia e reformas

Hamilton Mourão ainda comentou que será difícil a aprovação de reformas em 2020. O vice-presidente citou como entraves o combate à pandemia de Covid-19 e as eleições para prefeitos e vereadores, que dificultariam a realização de acordos políticos com o Congresso. “Eu acho difícil que se aprove alguma reforma este ano ainda”, observou. “Nós temos as eleições municipais, que pelas suas próprias características, dificultam o trabalho de concertação que tem de ser feito junto ao Congresso”, sublinhou. “Nós temos que colocar essas reformas em discussão no Congresso desde já para que, no primeiro semestre do ano que vem, aí sim, a gente tenha condições de aprová-las”, projetou o vice.

Sobre a pandemia, Mourão citou as diferenças regionais do país como um fator de dificuldade no estabelecimento de protocolos gerais no combate à doença. O vice-presidente defendeu a alternância entre maior controle e afrouxamento nas medidas, o que classificou de “isolamento inteligente”.

O vice-presidente Hamilton Mourão também comentou polêmicas como a prisão de extremistas apoiadores do governo Bolsonaro e o caso Queiroz.


Ouça a íntegra da entrevista com Hamilton Mourão:

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