Estudo investiga se sedentarismo intensifica sintomas da Covid-19

Hipótese levantada pelos pesquisadores é a de que pessoas fisicamente mais ativas tenham desfecho melhores; resultados saem em dois meses

Foto: Guilherme Almeida/CP

Um grupo de pesquisadores brasileiros iniciou um estudo para entender se existe relação entre o sedentarismo e a chance de hospitalização dos pacientes de Covid-19. O questionário também busca entender a relação entre a quantidade de atividade física ou exercícios praticados pelo doente antes de ser infectado e a intensidade dos sintomas da doença.

A pesquisa é realizada pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (Incor) em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Os resultados devem sair em dois meses.

“Nós já sabemos a relação entre sedentarismo e algumas doenças crônicas como hipertensão, obesidade e diabetes, que são fatores de risco para a Covid-19. Queríamos entender se existe diferença no desfecho da doença entre ativos e sedentários”, explica o profissional de educação física, Marcelo Rodrigues dos Santos, pesquisador do Incor.

Para verificar essa relação, os pesquisadores colocaram como pergunta central do estudo a necessidade de internação, mas também vão verificar o tempo de internação, a necessidade de utilização de respiradores e a intensidade dos sintomas.

Santos explica que a pesquisa diferencia atividades físicas de exercícios e a quantidade de horas semanais praticadas antes da situação de quarentena. “Atividade física pode ser ir a pé para o trabalho, trocar o carro pela bicicleta, fazer uma caminhada até o mercado, já o exercício são os treinos em academia, musculação e esportes.”

O questionário, realizado digitalmente, fica disponível para respostas até atingir a amostragem de 1061 respondentes. Qualquer pessoa que tenha contraído o novo coronavírus pode responder o questionário aqui. “Nossa hipótese é a de que pessoas fisicamente mais ativas tenham desfecho melhores.”

O pesquisador explica que o estudo é importante, primeiramente por esclarecer como o corpo humano se comporta diante de um vírus totalmente novo.