Covid-19: Brasil formaliza acordo para produzir vacina e estima 100 milhões de doses no país

Na primeira fase, serão 30,4 milhões de doses, com previsão de primeira entrega em dezembro deste ano

Foto: Guilherme Testa / CP Memória

O Ministério da Saúde detalhou, na manhã deste sábado, a parceira firmada com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, e o laboratório AstraZeneca para a produção de uma vacina contra a Covid-19, a ChAdOx1, atualmente em fase 3 da produção. O acordo, com duas etapas, prevê a compra de lotes e transferência de tecnologia, o que dá autonomia de produção ao país. Ao final do processo, o Brasil espera disponibilizar à população cerca de 100 milhões de doses.

A primeira fase do termo de cooperação é uma encomenda na qual o governo federal assume os riscos da pesquisa: são 30,4 milhões de doses disponibilizadas à FioCruz – que vai fabricar o produto aqui –, com investimento de 127 milhões de dólares. Elas devem ser enviadas em dois lotes, estimados para entrega em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

“No desenvolvimento de uma encomenda tecnológica, existe um risco associado a ele”, explicou Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde. “Os estudos preliminares de fase 1 e 2 mostraram resposta bastante significativa, mas se os estágios clínicos não se mostrarem seguros, teremos aprendido com o avanço tecnológico”, ponderou.

“Vamos pagar pela tecnologia mesmo não tendo os resultados dos ensaios clínicos finais”, explicou Franco. “Isso é necessário devido à urgência. Isso busca evitar situações como corrida no início da pandemia, quando a alta demanda mundial não permitiu acesso em tempo adequado. E barrar as margens de lucro exorbitantes aplicadas durante a pandemia. País reforça contribuição com o mundo no desenvolvimento de uma resposta definitiva à pandemia e reforça seu compromisso em salvar vidas”, disse.

De acordo com o representante do Ministério, se a vacina for segura e eficaz e tiver registro no Brasil, serão produzidas mais 70 milhões de doses, com valor estimado de 2,30 dólares cada. “Consideramos que esse seja um avanço para o desenvolvimento da tecnologia nacional e uma concreta amostra do esforço do governo federal de encontrar a melhor maneira de proteger a população brasileira”, afirmou.