A evolução da pandemia do coronavírus levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a piorar a projeção de queda do PIB do Brasil em 2020, de -5,3% em abril para -9,1% agora, de acordo com as atualizações de previsões divulgadas pelo documento Perspectiva Econômica Mundial. Para 2021, o FMI elevou a estimativa de crescimento de 2,9% para 3,6%.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, dois fatores relacionados diretamente com a pandemia de coronavírus foram determinantes para a deterioração da estimativa: um deles, o abalo na economia doméstica provocado pela enfermidade, que inclusive provocou efeitos muito ruins na confiança de empresários e consumidores.
Além disso, o ambiente externo ficou negativo com a crise internacional gerada pela Covid-19, o que abalou o fluxo de capitais para emergentes e os preços de commodities.
Para a economia global, a projeção é de queda de 4,9%, maior que a retração prevista anteriormente, de 3%. De acordo com o Fundo, o quadro mais complexo de retomada do nível de atividade no curto prazo, em razão da doença, vai levar as economias avançadas a registrar uma redução do PIB de 8% neste ano, mais acentuada que a retração de 6,1% estimada em abril. Em relação a 2021, esse grupo de países deve registrar um crescimento de 4,8%.
No caso dos mercados emergentes, o FMI estima uma queda do PIB de 3% em 2020, mais alta que a contração de 1% prevista em abril, motivada sobretudo pelos impactos graves ao consumo e produção causados pela rápida disseminação da Covid-19 em diversos países em desenvolvimento. A previsão de expansão para 2021 para esta categoria de nações também ficou menor, passando de 6,6% para 5,9%.
A China vai ser um dos poucos países que terão expansão do PIB neste ano, segundo o FMI, de +1,0%, marca levemente inferior à previsão de 1,2% realizada recentemente pelo Fundo.