Bares e restaurantes do Rio Grande do Sul podem sofrer uma nova onda de demissões e fechamento de estabelecimentos de forma definitiva. A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel-RS), Maria Fernanda Tartoni, reforçou hoje essa expectativa explicando que o setor teme o futuro frente ao novo cenário de Porto Alegre, com o estabelecimento da bandeira vermelha e o novo decreto da prefeitura, que volta às restrições de março.
“O que mais temíamos aconteceu. O setor de alimentação, um dos mais atingidos pela pandemia da Covid-19, vivia um cenário de incertezas quanto à continuidade dos negócios. Agora, com o retrocesso ao decreto de março, só piora nossa situação que já era difícil”, ressaltou.
Segundo Maria Fernanda, os associados, que ainda vinham operando após as crescentes mudanças sobre o funcionamento das operações, tinham retirado os funcionários da suspensão, feito reposição de estoques de alimentos perecíveis e se adaptado à nova forma de consumo.
Conforme a presidente da Abrasel-RS, todas as medidas e protocolos de segurança vinham sendo seguidas rigorosamente pelos estabelecimentos comerciais junto com as práticas de higienização que já faziam parte da rotina dos bares e restaurantes.
“Fizemos de tudo para manter nossos clientes em segurança e mesmo assim fomos proibidos de fazer atendimento. Ir a um restaurante era mais seguro do que ir em uma praça e ou parque, onde há aglomeração e pessoas sem máscaras, e até mesmo em um supermercado com um grande fluxo e circulação”, acrescentou.
A presidente da Abrasel/RS afirmou que o delivery, o take away ou o pegue e leve não são um meio de subsistência suficiente para muitos restaurantes, por não gerarem capital que permita manter a operação ativa.
Guia para readequação
Para auxiliar o associado nessa readequação, a associação disponibilizou guias, cartilhas e documentos com orientações jurídicas, comerciais e econômicas, alternativas para garantir os funcionários no quadro operacional, formas de reduzir custos, negociar aluguéis, operar com delivery e take away, e até mesmo como repensar o cardápio para atender opções com maior custo-benefício.
Segundo Maria Fernanda, o setor está na expectativa da prorrogação da MP 936, fundamental, de acordo com ela, para garantir o emprego de milhares de trabalhadores. Ela também cita que alguns seguem buscando alternativas, como linhas de crédito possíveis de serem pagas, para prosseguir com a operação.
“A Abrasel está extremamente preocupada com o futuro do nosso setor. A nossa situação está bastante grave. A partir de quinta-feira estaremos em um novo cenário de readaptação com o agravante de já estarmos debilitados com o fechamento anterior”, acrescentou.