Sindilojas POA teme “convulsão social” com novas restrições no comércio

Suspensão das atividades econômicas não essenciais terá reflexos na arrecadação de impostos. Fato que irá atrasar ainda mais os salários dos servidores

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Após publicação de novo decreto da Prefeitura de Porto Alegre, que restringe as atividades comerciais no município, a imprevisibilidade no planejamento para os comerciantes e lojistas deve gerar graves prejuízos no setor. O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, lamenta que “os lojistas não sabem como será o amanhã”, pois são sempre “surpreendidos, de uma hora para outra, com novas medidas”.

Em entrevista na manhã desta segunda-feira ao programa Direto Ao Ponto, da Rádio Guaíba, Kruse justificou que “as contas dos lojistas e empresários não param” e que ações como o fechamento do comércio levarão a um “quadro futuro de muito desemprego e fechamento definitivo de algumas lojas”. “Nós paramos de vender 60 dias, abrimos 20 dias e voltaremos a fechar pelos próximos 15 dias no mínimo”, esclareceu.

O presidente garante que “a industria não produz se o comércio não vende” e que “as empresas não trabalham com capital de giro, mas com um planejamento específico”. Até junho, o setor comercializou apenas 50% do que era esperado. Paulo Kruse afirma que o deslocamento dos profissionais que atuam no comércio não pode ser a única causa do aumento de 223% de movimentação nas ruas após flexibilizações. “Um único setor não pode ser culpado por tudo. É um ação conjunta com a sociedade. Não são somente os shoppings que geram aglomeração”, afirmou.

Para a categoria, “é bastante difícil compreender o que está acontecendo”, já que comércio estava preparado para atender os clientes dentro de rígidos protocolos de segurança. “Não tinha movimentação ou aglomeração”, por exemplo, nos shoppings centers, segundo o presidente. Para o comércio de rua, os prejuízos são ainda maiores porque “os grandes, que vendem pela internet, se adaptam e os pequenos, infelizmente, fecham seus estabelecimentos”.

A suspensão das atividades econômicas não essenciais poderá gerar também graves reflexos no recolhimento de impostos. “A arrecadação de impostos poderá ser prejudicada e até os servidores podem ser impactados, pois irão receber com atraso”, manifestou. O Sindilojas  pretende cobrar uma explicação da Prefeitura de Porto Alegre e já buscou auxílio da Câmara de Vereadores.