Eu tenho um amigo contador de causos que é um luxo ! O José Luiz dos Santos, mesmo nome do meu irmão, tem “hectares” de “contação” de fatos muitos reais e outros imaginários.
Pois numa ocasião no festival Canto do Vacacaí, em Restinga Seca, além da premiação às músicas vencedoras, intérpretes e instrumentistas, há outra paralela e bem-humorada para homenagear participantes que se distinguem, como ” O melhor companheiro”, O “Xarope” e o “Melhor Borracho”.
Numa dessas edições, o amigo comum Frutuoso Araújo -pessoa maravilhosa e dos melhores gaiteiros do nosso Estado – foi agraciado com o troféu de melhor borracho, que é destinado aquele que bebeu todas, mas teve bom comportamento, não incomodando ninguém ( ao contrário do Xarope).
Chegando em casa, o Araújo estava guardando as tralhas quando sua esposa viu de relance o troféu e disse: ” Aí guri, heim?Foi premiado!Mostra-me aqui, me deixa ver.
Naquela hora, lhe veio à mente três dias antes, quando ele saia para Restinga e sua mulher estava lhe dizendo:”cuidado com o trago”, recomendação para que não cometesse excesso com as bebidas.
-Mais um para a coleção, disse ele, e foi guardando o mimo.
Ela não conseguiu ver direito e perguntou: – Melhor Bo, Bo?
Ele imediatamente lhe diz: Bombacha. Ganhei o troféu de “Melhor Bombacha”.
– Mas tua bombacha não tem nada de especial, tchê !
-É, mas a comissão julgadora gostou.
Na outra semana, quando retornava da estância, a patroa lhe esperava com o bendito troféu na mão, braba que nem uma “tigra”
-Melhor Bombacha, né? Que bonito! Não tem vergonha, tchê?
Fazendo-se de desentendido, Araújo pergunta:- o que houve?
-Fui passar um pano na tua galeria de relíquias e encontrei isto. ” Melhor Borracho”. Não tem vergonha, tchê? Sair para um festival e voltar com um troféu de borracheira.
– Cavacos do ofício ! Resmungou e se foi ao banho.