O governo Bolsonaro deve deixar como ministro interino da Educação o atual secretário-executivo da pasta, Antonio Paulo Vogel. Formado em Economia e Direito, ele era secretário-adjunto de Finanças da gestão de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo, mas nunca teve ligações com o PT. Vogel deve ficar, no máximo, três meses no cargo até a escolha do novo ministro.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Vogel participou da transição do governo atual e trabalhou com Weintraub, ainda na Casa Civil e, depois, no MEC. Coube a Vogel montar praticamente toda a equipe que está na pasta atualmente, segundo o jornal.
Servidor público federal, no cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle, ele é tido como um profissional de gestão e técnico com experiência no Tesouro Nacional e no Banco Mundial.
Não tinha qualquer experiência na área da educação e, quando começaram as notícias sobre a saída de Weintraub, especulou-se a possibilidade de Vogel assumir um cargo no Ministério da Economia.
Na prefeitura de São Paulo, ele trabalhou com Marcos Cruz, secretário de Finanças de Haddad, que indicou Vogel ao então prefeito. É lembrado como um profissional conciliador e dedicado.
Nadalim descartado
O Estadão publicou, ainda, que o governo supostamente desistiu de indicar para o cargo o atual secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, pela falta de experiência de gestão e pelas ligações com o site Brasil sem Medo, que ataca de forma recorrente o Supremo Tribunal Federal. O próprio Nadalim, que é amigo de Olavo de Carvalho, descarta substituir Weintraub, conforme a publicação.
Até esta quarta-feira, ele era dado como certo para substituir o agora ex-ministro. No entanto, houve grande pressão da ala militar para ele não assumir. Um dos que discorda do nome é o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência.