Setor de serviços tem queda recorde de 11,7% em abril, diz IBGE

É o pior resultado desde o início da série histórica em 2011

Lojas fechadas e faturamento zero na pandemia Foto: Pixabay / R7

O volume de serviços do Brasil caiu 11,7% entre março e abril de 2020. Este é o resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica, em janeiro de 2011. A queda em abril é consequência, em grande parte, das medidas de isolamento social por causa da Covid-19. Na comparação com abril de 2019, o volume de serviços recuou 17,2% em 2020, segunda taxa negativa seguida. No acumulado do ano, o volume de caiu 4,5% frente a igual período do ano anterior.

A retração de 11,7% do volume de serviços de março para abril ocorreu em todas as cinco atividades avaliadas. Os destaques foram para as quedas registradas em transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-17,8%) e em serviços prestados às famílias (-44,1%), com ambos assinalando os recuos mais intensos da série iniciada em janeiro de 2011. Em transportes, a pressão negativa mais intensa veio das empresas de transporte aéreo (-73,8%) e terrestre (-20,6%). Os demais resultados negativos entre as atividades vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (-8,6%), de informação e comunicação (-3,6%) e de outros serviços (-7,4%).

Por regiões

De março a abril, 26 das 27 unidades da federação mostraram queda no volume de serviços. Os piores resultados vieram de São Paulo (-11,6%) e Rio de Janeiro (-12,7%). Outras perdas relevantes aconteceram em Minas Gerais (-11,0%), no Rio Grande do Sul (-15,2%), na Bahia (-21,0%) e no Paraná (-11,1%).

O único impacto positivo regionalmente veio do Mato Grosso, com 9% positivos. A expansão, explica o IBGE, ocorreu por causa da baixa base de comparação, já que em março os serviços haviam recuado 12,6% no Estado, mas também pelo bom desempenho do transporte ferroviário de cargas.

Na comparação com abril de 2019, o recuo do volume de serviços de -17,2% também se observou em 26 das 27 unidades da federação. Em São Paulo, a queda de 16,2%, os -15,5% do Rio de Janeiro e (-15,5%) e os -27,5% do Rio Grande do Sul são os principais destaques. A única contribuição positiva nesta comparação foi de Rondônia (3,1%).