Moraes autoriza quebra do sigilo bancário de 11 parlamentares aliados a Bolsonaro

Grupo é investigado no inquérito das fakes news

Foto: Rosinei Coutinho / SCO / STF / CP

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira, a quebra de sigilo bancário de 10 deputados e um senador bolsonaristas investigados no inquérito das fakes news, relatado por ele. A investigação apura, também, a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, realizados nas últimas semanas, em Brasília, defendendo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), além de intervenção militar. Uma das suspeitas é de que agentes políticos possam estar bancando as manifestações.

A decisão de Moraes atinge os parlamentares Daniel Silveira (PSL-RJ), Cabo Junio Amaral (PSL-MG), Otoni de Paula (PSC-RJ), Caroline de Toni (PSL-SC), Carla Zambelli (PSL-SP), Alê Silva (PSL-MG), Bia Kicis (PSL-DF), General Girão (PSL-RN), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Aline Sleutjes (PSL-PR). De acordo com uma lista obtida pelo jornal O Estado de S.Paulo, a quebra também se estende ao senador Arolde de Oliveira (PSC-RJ).

Na abertura da sessão desta terça-feira, a ministra Cármen Lúcia se manifestou a respeito da ação. “Somos nós juízes constitucionais, servidores públicos, a quem incube o dever de, em última instância judicial, não deixar que o estado de direito conquistado se perca, porque todos perderão. Atentados contra instituições, contra juízes e contra cidadãos que pensam diferente voltam-se contra todos, contra o país”, disse ela.

“Que não se cogite que a ação de uns poucos conduzirá a resultado diferente no que é a convivência democrática. E não se cogite que se instalará algum temor ou fraqueza nos integrantes da magistratura brasileira. Este tribunal é presente, está presente, permanecerá presente e atuante, cumprindo seus compromissos institucionais com a República”, completou Cármen Lúcia.