O governo do Rio Grande do Sul decidiu, após reunião do gabinete de crise na noite desta segunda-feira, que decisões sobre as bandeiras de isolamento das regiões só serão tomadas em novo debate na manhã de terça. Alegando motivos variados, como a forma de contabilização de casos, mortes e leitos, prefeitos e empresários de cidades que tiveram elevado o risco de contaminação pela Covid-19, com a bandeira vermelha no modelo de distanciamento controlado, contestaram a classificação, que entrou em vigor nessa segunda-feira.
Ao longo do dia, o governador Eduardo Leite ouviu as demandas dos gestores municipais de áreas como Caxias do Sul, Uruguaiana, Santo Ângelo e Santa Maria, mas frisou que a situação da pandemia não permite negociações. “Eles podem ficar tranquilos porque o diálogo é uma marca deste governo e nós sempre estaremos à disposição para dialogar, ouvir seus argumentos e considerá-los. Dando uma entrevista recente, falaram em negociação. Gostaria de deixar claro que não se trata de uma negociação. Se trata de nós apresentarmos os nossos argumentos com os dados técnicos que temos e ouvir os argumentos e dados que os prefeitos nos trazem para olhar e atender nossa população”, disse o governador, mais cedo, sobre as reações de “prefeitos, da comunidade e de empresários” das regiões que assumiram a bandeira vermelha nesta semana.
Conforme os indicadores apresentados pelo governador, o total de pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 internados em unidade de terapia intensiva (UTIs) vinha se mantendo em 17% e 18%. Na semana passada, o número subiu para 24%. Atualmente, a taxa de ocupação é de 30,6%. Leite também chamou a atenção para a ocupação de leitos na região de Caxias do Sul que, segundo ele, teve um salto de 23 para 63 hospitalizações por coronavírus em UTIs nas últimas duas semanas.