“Não há retomada para o futebol”, alerta Alexandre Kalil

Prefeito de BH também lamentou ausência de apoio do Planalto para prefeitos e governadores

Prefeito Alexandre Kalil. Foto: Divulgação

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou, nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Guaíba, que não é possível discutir, neste momento, a retomada do futebol no Brasil, quando o país vive um pico de contágio e mortes pelo novo coronavírus. Ex-presidente do Atlético MG e um dos maiores cartolas da história do futebol nacional, Kalil alertou que os esforços devem ser canalizados em salvar vidas e não em retomar o calendário esportivo.

“Não há retomada para o futebol. Não há as menores condições. Eu acho que temos que esperar a queda da curva, como aconteceu na Alemanha, mas nós estamos no ápice. Quem vai jogar em Manaus, no Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo?”, indagou.

Em entrevista ao programa Esfera Pública, Kalil também garantiu que caso o Campeonato Mineiro seja retomado, nenhuma partida vai ser realizada em Belo Horizonte. “Aqui eu garanto que não tem jogo de futebol. Podem retomar o Campeonato Mineiro, mas que joguem no Interior”, antecipou.

Além disso, o prefeito de BH também colocou em xeque a retomada do calendário letivo, assim como a realização das eleições. Alexandre Kalil reiterou que, caso o pleito seja realizado, ele irá se candidatar. “Não há nenhum calendário ou expectativa para retomada das aulas. Aqui cada aluno, que recebe uma cesta básica por mês, está em casa e a Prefeitura segue entregando. Não há clima para nada, nem para pensar em reeleição”, disse.

Com relação às medidas de enfrentamento ao coronavírus, o prefeito de BH ressaltou que as ações para frear o contágio da doença passaram a ser adotadas ainda em março, como o cercamento de praças. “A pressão (de empresários) é muito grande, muito pesada quanto ao comércio. Mas governar não é agradar. Nós temos uma linha que é salvar vidas. Aqui eu cerquei as praças e hoje 90% da cidade está aberta, pois fomos controlando os leitos. Foi muito boa a adesão por parte do povo de Belo Horizonte”, considerou.

Ainda durante entrevista, Alexandre Kalil também lamentou a falta de apoio do governo federal para auxiliar prefeitos e governadores na pandemia. “Bolsonaro é confuso e difícil de entender. Aqui ninguém é ‘Super Homem’. A gente esperava um apoio do governo federal na área econômica e sanitária. Fica essa incógnita. O que teria acontecido se tivéssemos recebido um apoio incondicional do governo?”, questionou.