O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu investigação sobre a invasão a hospitais de campanha e agressões a profissionais de saúde nas últimas semanas, em mais de uma região do país. O procedimento depende do Ministério Público em cada estado. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Aras vai acionar procuradores em São Paulo e no Distrito Federal e pode fazer o mesmo com outras unidades da federação.
O pedido, a ser oficializado nesta segunda-feira, ocorre após o presidente Jair Bolsonaro ter solicitado a apoiadores, durante a transmissão semanal pelo Facebook, na quinta-feira, que entrem em hospitais públicos e filmem leitos de UTI para provar que não há falta de investimento do governo e leitos ainda sem uso. A atitude do presidente provocou reação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu publicamente a interferência do Ministério Público.
Na sexta-feira, segundo a Secretaria de Saúde do Espírito Santo, um grupo “de deputados estaduais e outras pessoas estranhas ao ambiente hospitalar” invadiu as instalações do Hospital Dório Silva, no município de Serra (ES).
Em São Paulo, um grupo de cinco deputados estaduais de São Paulo invadiu, no último dia 5, o Hospital de Campanha do Anhembi, na zona norte da cidade, sob o argumento de fazer uma vistoria no local, que recebe pacientes de baixa e média complexidade infectados pelo coronavírus.
No Distrito Federal, a investigação deve apurar ameaças e agressões contra profissionais de saúde. No dia 1º de maio, o protesto de um grupo de enfermeiros na Praça dos Três Poderes por melhores condições de trabalho e pela manutenção do isolamento social durante a pandemia de Covid-19 acabou em confusão. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tentarem interromper o ato e agredir os trabalhadores.
