Secretário da Saúde de Florianópolis garante que é “ignorância” reabertura agora

Cidade catarinense registrou a oitava morte após 33 dias sem registro de óbitos. Restrições no início da pandemia ajudaram na contenção de contágio

Foto: Divulgação / Site da Prefeitura de Florianópolis

Alto número na testagem da população para identificar o contágio do coronavírus, monitoramento intensivo e isolamento dos doentes, mapeamento do vírus e o apoio total da população parecem os remédios perfeitos para lidar com a maior crise recentemente na área da saúde. Hoje (09), a cidade catarinense tem cinco pacientes ocupando Unidades de Tratamento Intensivo, 78 leitos de UTI disponíveis e 190 pacientes em quarentena, com o acompanhamento do governo.

O secretário de Saúde de Florianópolis afirmou, em entrevista ao Direto Ao Ponto, da Rádio Guaíba, que “é ignorância antecipar o calendário de flexibilização agora”. A epidemia está em ascensão na região Sul em decorrência das mudanças de temperatura que acontecem nessa época do ano. Os feriados também são uma preocupação porque geram maior atividade entre a população e deslocamento.

Carlos Alberto Justo da Silva também comentou sobre o recente flagrante do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), em uma festa, sem máscara. “O gestor público não pode dizer uma coisa e fazer outra. Nós lamentamos a atitude, mas podemos aprender o que não fazer com exemplos como esse”, afirmou sobre o episódio. “É necessário manter sempre a população sensibilizada. Temos que mostrar constantemente o quão necessária é a pessoas ficar em casa”, afirmou Carlos Alberto. Na visão do secretário, a população “precisa ficar em casa primeiro pela sua saúde, depois pela economia”.

A cidade ainda criou uma plataforma online para acompanhamento em tempo real da evolução da doença porque seus gestores acreditam que o acesso da população às informações é essencial. “Esconder o problema não é a solução, apenas piora o cenário complicado que nós já vivemos”, garantiu o secretário. “A cada 100 contaminados (pelo coronavírus), de 16% a 20% precisarão de atendimento em hospitais e unidades de saúde. Desse contingente, 3 pessoas precisam de um leito UTI e 1,6, infelizmente morrem”, explicou.

Sobre o isolamento, após a análise de outros países na luta contra a pandemia, “a população entra em exaustão” quando fica muito tempo isolada. “Ser muito restritivo é muito perigoso. As pessoas não aguentam ficar tanto tempo em casa, então é melhor ter tempo para regularizar tudo e deixar tudo organizado para população”, afirmou. Florianópolis, no momento, trabalha para o retorno do transporte público, com o uso da tecnologia, depois trabalhará com a volta da educação presencial e, por último, dos eventos.

Como conselho, o secretário de saúde de Florianópolis orienta que “a cidade que quer voltar à normalidade, tem que voltar com responsabilidade. Cada pessoa tem que ser responsável, como agente público, na fiscalização do próximo”. “Não vai ser a estratégia do poder público que vai tirar o país da crise, é a população, usando essa estratégia, que irá tirar o país da crise”, finalizou.