Bolsonaro diz que mudança em dados da Covid-19 será explicada

Presidente disse acreditar que população vai adotar a contagem de casos e mortes feita pelo Ministério da Saúde como correta

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem certeza que a população vai considerar os dados divulgados pelo Ministério da Saúde como corretos e que a mudança na divulgação dos números sobre a Covid será explicada. Na manhã desta terça-feira (9), o presidente participa da 34ª Reunião do Conselho de Governo ao lado de ministros.

“Tudo o que foi falado nos últimos dias será explicado e tenho certeza que a população adotará como precisa essa contagem dos números sobre o coronavírus”, afirmou. O presidente desejou “boa sorte” ao ministro interino, Eduardo Pazuello, que vai falar sobre o assunto nesta tarde. De acordo com o presidente, os dados sobre a doença são essenciais para conseguir “mais garantia e a certeza de como proceder em cada região do país”.

Na quinta-feira (4), o Ministério da Saúde informou que divulgaria apenas os dados das últimas 24 horas e quantidade de pacientes recuperados da doença, sem considerar o total de casos no país. No entanto, a pasta voltou atrás. Até o boletim divulgado na segunda (8), o Brasil tinha 37.134 mortes e 707.412 casos confirmados da Covid-19, sendo notificados 679 óbitos e 15.654 novos infectados nas últimas 24 horas.

Na noite de segunda-feira (8), a chefe da unidade de doenças emergentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), Maria Van Kerkhove, classificou como extramemente “rara” a propagação do novo coronavírus por meio de pacientes assintomáticos. Para o presidente, a notícia é importante para a retomada da economia no Brasil. “Isso pode sinalizar uma abertura mais rápida do comércio e a extinção das medidas restritivas”, afirmou. O presidente voltou a falar que as normas de isolamento social foram determinadas por prefeitos e governadores por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que garantiu autonomia a eles.

Por causa da afirmação da OMS, Bolsonaro disse que “o governo federal espera algo de concreto nas próximas horas ou nos próximos dias e será muito bom, não apenas para o Brasil, mas para o mundo todo”. Para ele, a declaração da OMS pode começar a “dissipar o pânico” a respeito da doença.

Bolsonaro afirmou que a Organização tem tido “algumas posições antagônicas”, citando o exemplo da hidroxicloroquina. Segundo o presidente, os testes com o medicamento continuam sendo realizados no Brasil e, mesmo que não haja comprovação científica do uso do remédio no tratamento da Covid-19, diz que relatos de médicos e infectados apontam a eficácia.

“A OMS vai, com toda certeza, falar sobre suas posições adotadas nos últimos meses que levou muita gente a segui-la de forma quase cega”, afirmou. O presidente lamentou as mortes pela Covid.