Protestos contra violência racial crescem nos EUA: dois morrem e Trump reage

Presidente criticou postura dos manifestantes, especialmente os que foram às ruas em Washington, perto da Casa Branca

Foto: Reprodução / Twitter

Os Estados Unidos enfrentaram, pela terceira noite consecutiva, uma série de manifestações violentas pela morte de George Floyd, um segurança negro, de 40 anos, morto durante uma abordagem policial, em Minneapolis, no estado de Minnesota, na segunda passada. Os protestos, que chegaram a grandes cidades americanas, deixaram duas pessoas mortas e o presidente americano, Donald Trump, reagiu neste sábado.

Além de Minneapolis, onde ocorreu o crime, foram registrados atos violentos e com milhares de pessoas em Nova York, Washington e Atlanta. Trump criticou a postura dos manifestantes, especialmente os que foram às ruas em Washington, perto da Casa Branca, sede do governo do país. “Estes são ‘grupos organizados’ que não têm nada a ver com George Floyd. Triste!”, disse Trump.

Os atos se intensificaram na última quarta-feira, com confrontos e saques, enquanto cresciam os apelos para a prisão do agente responsável pelo crime. Na quinta-feira, as manifestações se prolongaram e Derek Chauvin, o policial branco acusado de matar Floyd, passou, finalmente, à prisão, nessa sexta.

“Os chamados ‘manifestantes’, profissionalmente gerenciados, na Casa Branca tinham pouco a ver com a memória de George Floyd. Eles estavam lá apenas para causar problemas. O Serviço Secreto lidou com eles facilmente”, disse Trump.

Na madrugada, no centro de Atlanta, grupos de manifestantes começaram a quebrar vitrines de lojas e a polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes jogaram pedras no prédio da emissora CNN e, em meio à confusão, viaturas policiais estacionadas também foram alvo de pedradas – pelo menos duas pegaram fogo.

Em Washington, uma manifestação que começou pacificamente acabou em confronto com policiais e agentes do Serviço Secreto em frente à Casa Branca. Foram presos pelo menos dois dos participantes.

Em mais de uma ocasião, os manifestantes derrubaram algumas das barricadas montadas do lado de fora do complexo da residência presidencial, o que gerou momentos de tensão.

Também foram relatados confrontos no distrito do Brooklyn, em Nova York. Em Charlotte, no estado da Carolina do Norte, e em Houston, no Texas, entre outras cidades, também houve atos pedindo justiça pela morte de Floyd e o fim da violência contra a população negra.

Toque de recolher
A calma havia retornado a Minneapolis, na sexta-feira, após protestos violentos por dois dias. Porém, os saques, os incêndios e o caos voltaram no fim da tarde dessa sexta.

Às 20h, ainda sob a luz do dia, milhares de manifestantes decidiram ignorar o toque de recolher imposto na cidade. Os protestos começaram em frente à delegacia de polícia onde Chauvin trabalhava, queimada e destruída na noite anterior.

A prisão de Chauvin era pouco para os manifestantes. Eles também queriam o mesmo para outros três agentes — agora demitidos — envolvidos na morte de Floyd.

As imagens de controle das ruas que as autoridades mostraram ao longo do dia se desmoronaram em minutos. Os protestos seguiram para outra delegacia próxima, aumentaram de tamanho, e tudo começou de novo, com depredação, incêndios e saques.