Mãe que matou filho, em Planalto, presta novo depoimento neste sábado

Alexandra Dougokenski confessou a morte de Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto

Foto: Alina Souza/CP

Depois de confessar que matou o filho, Rafael Winques, de 11 anos, Alexandra Dougokenski presta novo depoimento à Polícia Civil, na tarde de sábado, em Planalto, no Norte gaúcho. De acordo com o advogado dela, Jean Severo, o objetivo é “trazer uma riqueza de detalhes sobre o que aconteceu no dia do fato”.

“Esses detalhes não constam no antigo depoimento. É necessária essa explicação para que se possa entender a dinâmica, que é de um homicídio culposo. E é isso que a defesa vai demonstrar”, afirmou. Segundo ele, no outro depoimento Alexandra também não esteve acompanhada de um advogado. “Isso é inadmissível”, comentou.

Conforme Severo, os detalhes vão demonstrar que Alexandra nunca teve a intenção de matar o próprio filho. “Ela é uma excelente mãe, testemunhas comprovam isso, falam isso com a maior naturalidade. Inclusive, uma professora fala que o menino só confiava nela, isso porque ela era uma excelente mãe. Vocês acham que se ela fosse uma mãe ruim, o menino ia confiar nela?”, questionou.

Sobre os detalhes que serão expostos por Alexandra no novo depoimento, Severo ressaltou que “a questão principal é a da corda”. “Se fala muito do laudo, que ainda não foi juntado ao inquérito, que trouxe esse estrangulamento. Ela explica aos policiais o porquê da corda, como foi utilizada, a situação do remédio, o porquê do remédio. Tudo isso é importante porque fecha a lógica do homicídio culposo”, reforçou Severo.

De acordo com ele, todas as explicações são necessárias para retirar o dolo. “Ela tem que explicar o que aconteceu e a reconstituição é fundamental, é o que vai comprovar que foi um homicídio culposo. Ainda precisamos que os laudos sejam juntados no processo, o que não aconteceu ainda. Mas o mais importante é a reconstituição lá em Planalto”, enfatizou, assinalando que a reconstituição da cena do crime é fundamental.

Sobre o uso do remédio, Severo declarou que Alexandra garantiu que ministrou a medicação. “Eu acredito nela. Vai ter que aparecer (no laudo)”, afirmou.

Severo disse acreditar que Alexandra deva ser condenada por homicídio culposo e ocultação de cadáver. “Ela deve ser condenada, ela é confessa. É isso. Não adianta a polícia ficar tentando procurar o que não tem para colocar nas costas dessa moça um homicídio qualificado. Isso não pode”, reiterou.