O Instituto Geral de Perícias do Rio Grande o Sul repassou à Polícia Civil a confirmação de que a morte do menino Rafael Mateus Winques, de 11 anos, foi por asfixia mecânica. A mãe, Alexandra Dougokenski, confirmou à Polícia que matou o filho. O corpo foi enrolado em um lençol, colocado dentro de uma caixa, e levado para uma casa nas proximidades de onde o menino residia.
De acordo com o delegado Joerbeth Nunes, responsável pela apuração do assassinato, a perícia ainda vai informar qual a data que aconteceu o crime. “Nós já estamos trabalhando em toda a análise cronológica do fato. A perícia é um ponto importante. Porque poderemos afirmar a data ao certo da morte. Se o perito afirmar que a morte aconteceu há quatro ou cinco dias, nós precisaremos saber onde estava o corpo até então”, explica.
Rafael estava desaparecido há 10 dias na cidade de Planalto, no Norte gaúcho. Ontem, a mãe confessou o crime e informou onde estava o corpo da criança. Apesar da confissão, a Polícia Civil garantiu que a investigação do crime não está encerrada. De acordo com Joerbeth Nunes, os investigadores tentam descobrir a possível participação de outras pessoas.
A Polícia enviará, ainda nesta terça-feira, uma equipe da Delegacia de Homicídios para ajudar a elucidar os detalhes do caso. O delegado Joerbeth Nunes relatou que o pai biológico, o padrasto e outros familiares já prestaram depoimentos. Conforme a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, o comportamento da mãe levantou suspeitas desde o começo da investigação, período em que, até então, o caso era tratado como um desaparecimento. “Ficou estranho para nós o fato de que, logo após o desaparecimento do filho, a mãe procurou o Conselho Tutelar e não a Polícia Civil”, argumentou.
No primeiro depoimento colhido pela Polícia, a mãe disse que o menino era muito nervoso e que matou o filho de forma culposa, ou seja, sem a intenção de matar, ao referir-se à medicação dada a Rafael. Alexandra está presa preventivamente e vai responder por homicídio doloso, segundo a Polícia.
Em entrevista à Record TV RS, na última sexta-feira, quando ainda eram realizadas buscas, a mãe do menino, Alexandra Dougokenski, disse que já não tinha mais forças para chorar e que pedia ajuda para encontrar o filho. “Muitos comentários ofensivos dizendo que aquela mãe falou com uma frieza. A gente só dá valor para o sofrimento de uma mãe quando passa por isso. A gente já não tem mais força para chorar. Pelo que eu conheço do meu filho ele é muito tranquilo, calmo e educação tremenda. O Rafael é muito quietinho. O brinquedo dele geralmente é o celular. O meu lado mãe não vê o lado pré-adolescente do Rafael e que é o lado que a polícia está trabalhando”, afirma.
Para o delegado Joerbeth, o caso do menino Rafael é muito semelhante ao caso do menino Bernardo Boldrini, ocorrido em abril de 2014, em Três Passos. Ele também tinha 11 anos. Bernardo morreu ao receber uma dosagem alta de Midazolam e teve o corpo localizado, enterrado no interior de Frederico Westphalen, 10 dias depois.