OMS considera cada vez mais improvável 2ª onda de Covid-19

Órgão considera que, com redução da taxa de transmissão, vírus vai ter dificuldade em sobreviver; próximas semanas indicarão se houve diminuição na Europa

Foto: cb Estevam/CCOMSex/ABr

A diretora de Saúde Pública da Organização Mundial da Saúde (OMS), a espanhola María Neira, afirmou nesta segunda-feira que os modelos com os quais a entidade trabalha vêm, cada vez mais, descartando uma segunda onda da Covid-19.

No entanto, em entrevista à rádio RAC 1, de Barcelona, ela pediu “muita cautela e bom senso nesta fase muito crítica” da pandemia e de relaxamento das medidas de confinamento.

A diretora da OMS pediu que a população não seja “paranoica ou excessivamente relaxada” e que aprenda “a viver com doenças infecciosas”.

“Existem muitos modelos avançando com grande probabilidade. Vão desde um crescimento pontual até uma onda significativa, mas essa última possibilidade está sendo descartada cada vez mais. Estamos muito mais bem preparados em todas as áreas”, afirmou a médica.

Segundo María Neira, “diminuímos de tal forma a taxa de transmissão que o vírus vai ter dificuldade em sobreviver. Devemos ter muito cuidado em afirmar se esse é o fim da onda, mas os dados pelo menos nos dizem que a transmissão e a explosão das primeiras semanas foram evitadas”.

No entanto, ela ressaltou que “vale a pena não fazer muitas previsões, pois as próximas semanas representarão uma fase muito crítica”.

“Com a abertura, você precisa ver como o vírus se comporta. Esperamos que não haja outros surtos, mas a batalha vai ser diária. Em duas ou três semanas, veremos o que aconteceu e se é necessário corrigi-lo cirurgicamente”, afirmou a médica, sobre a fase 1 do relaxamento das medidas em que toda a Espanha entrou.

Além da Espanha, outros países europeus começaram a diminuir as restrições de circulação, após semanas de confinamento para impedir a propagação do vírus.

María Neira reconheceu que a OMS mantém “certas dúvidas sobre a relação do vírus com o clima”, apesar de estar vendo que ele vem “fazendo a jornada geográfica que se espera de um vírus que queira sobreviver”.

“Os números de imunidade são muito baixos. É preciso estar muito vigilante na desescalada”, alertou a especialista.