Começou a vigorar hoje (20) em Porto Alegre o novo decreto assinado pelo prefeito Nelson Marchezan Jr. que libera a retomada das atividades de comércio e serviços no município. Os estabelecimentos e grandes centros comerciais precisarão se adaptar às novas regras para voltarem as suas atividades. Dentre elas, seguir protocolos rígios de higienização e desinfecção para evitar o possível contágio da Covid-19 nesses locais e ainda contabilizar o número de clientes nas lojas e shoppings centers. O uso de máscaras de proteção será obrigatório para clientes e lojistas. O álcool em gel também será um recurso indispensável no momento de ingresso e saída das lojas.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, Írio Piva, em entrevista ao Direto ao Ponto, da Rádio Guaíba, na manhã desta quarta-feira, afirmou que esse momento de reclusão e inatividade foi importante para a conscientização dos consumidores e adaptação dos empresários aos novos protocolos de segurança e higienização. “O lojista só vai abrir quando puder dar segurança total ao seu consumidor. O objetivo número um é a preservação da vida das pessoas”, ressaltou Piva.
A instituição projeta um retorno gradual e mais consciente do público aos estabelecimentos comerciais. No primeiro momento, poderá ocorrer uma movimentação mais intensa no comércio gerada pelas demandas essenciais que foram reprimidas ao público nos últimos meses em decorrência da pandemia. A volta paulatina dos clientes aos estabelecimentos é positiva porque impede uma convivência desordenada nas lojas que possa gerar um retrocesso no processo de reabertura.
O consumidor pós-pandemia será mais racional na sua decisão de compra. Ele irá racionalizar o processo focando nas suas necessidades imediatas. Nos próximos meses, caberá aos gestores do varejo criarem as melhores estratégias no seus respectivos setores de atuação para atrair novamente os clientes aos estabelecimentos comerciais.
As datas comemorativas que já passaram, como o Dia das Mães e a Páscoa, segundo o presidente da CDL POA, são celebrações afetivas, logo esse componente impossibilita uma comemoração agora. Írio Paiva acredita que os prejuízos relacionados a essas datas não serão recuperados, mas o setor precisa encarar de forma otimista o futuro. O presidente destacou que haverá novas oportunidades de emprego nesse retorno das atividades, porque muitas empresas acabaram demitindo funcionários.
A CDL POA não consegue projetar ainda o prejuízo real dos lojistas, já que o setor é muito abrangente. Os supermercados e farmácias, por exemplo, são áreas que provavelmente tiveram um aumento nas suas vendas e, por consequência, lucro. Já as lojas e shoppings centers, que estão fechados desde o decreto de calamidade pública, sofreram prejuízos grandes.
Shoppings:
A expectativa da CDL POA é que os shoppings retornem as suas atividades nos próximos dias. As empresas que gerenciam esses locais serão as responsáveis pela definição de uma data específica de reabertura. Elas também serão responsáveis pelas orientações específicas de circulação e acesso de clientes nesses espaços.
A entrada de consumidores nos shoppings, por exemplo, será controlada. Haverá a contagem de clientes no momento do ingresso pelas portas dos shoppings. Os clientes serão orientados a acessar o shopping center por portas específicas para auxiliar o controle de circulação e temperatura do local.
Írio Piva, presidente da CDL POA, afirma que essa demora na abertura das lojas se dá pela necessidade dos lojistas para a reunião e orientação dos seus funcionários. “É tudo muito novo ainda. O decreto saiu ontem há noite”, observa Piva. “As lojas não devem abrir imediatamente porque é necessário tempo pra chamar novamente os funcionários. É necessário tempo para colocar tudo em prática. Espera-se que em dois ou três dias seja possível abrir de novo”.
Restaurantes:
O presidente da CDL POA acredita que o retorno do setor de alimentação será o que irá gerar mais dúvidas porque, por óbvio, os clientes não poderão comer usando as máscaras de proteção. Porém, os estabelecimentos já receberam orientações específicas sobre o tema. As mesas dos restaurantes devem respeitar um distanciamento mínimo que evite ao máximo o contato entre os clientes e funcionários. Todos deverão usar máscaras, retirando-a apenas na mesa para alimentação. “A participação do cliente é essencial para garantir a segurança de todos”, afirmou o presidente.