Collor pede perdão aos brasileiros por confisco da poupança em 1990

Trinta anos do anúncio do bloqueio dos ativos, ex-presidente disse que errou tentando acertar

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Em postagem no Twitter, o ex-presidente Fernando Collor pediu desculpas aos brasileiros pelo confisco das poupanças, anunciado em 16 de março de 1990. “Pessoal, entendo que é chegado o momento de falar aqui, com ainda mais clareza, de um assunto delicado e importante: o bloqueio dos ativos no começo do meu governo. Quando assumi o governo, o país enfrentava imensa desorganização econômica, por causa da hiperinflação: 80% ao mês!”, destacou.

O agora senador disse que acreditou que, com medidas radicais, era possível conter a inflação. Trinta anos depois, ele admite que, “infelizmente”, errou.

“Os mais pobres eram os maiores prejudicados, perdiam seu poder de compra em questão de dias, pessoas estavam morrendo de fome. O Brasil estava no limite! Durante a preparação das medidas iniciais do meu governo, tomei conhecimento de um plano economicamente viável, mas politicamente sensível, com grandes chances de êxito no combate à inflação. Era uma decisão dificílima. Mas resolvi assumir o risco. Sabia que arriscava ali perder a minha popularidade e até mesmo a Presidência, mas eliminar a hiperinflação era o objetivo central do meu governo e também do País. Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos. Eu e a minha equipe não víamos alternativa viável naquele início de 1990. Quisemos muito acertar. Nosso objetivo sempre foi o bem do Brasil e dos brasileiros.”

Nas últimas semanas, o ex-presidente passou a reforçar presença nas redes sociais e abriu espaço para internautas enviarem perguntas, dizendo que responde “toda e qualquer questão”.