Com a divulgação, pela Prefeitura de Porto Alegre, do Boletim Epidemiológico de número 55, a cidade atingiu, nesse sábado, o maior número de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19 desde o começo da pandemia, em 19 de março.
Dos 753 leitos, entre adultos e pediátricos e de hospitais públicos e privados, 44 estão ocupados por pessoas com o novo coronavírus. No dia 14, data da penúltima totalização, eram 36. Se levado em consideração outros problemas de saúde, Porto Alegre está com 468 leitos de UTI com pacientes, uma taxa de ocupação de 75,85% no fim da manhã deste domingo.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que vai observar os números dos próximos dias para projetar uma tendência para as próximas semanas. Porto Alegre vinha de uma relativa estabilidade em números de internações em UTI variando diariamente entre 28 e 43 desde o dia 10 de abril. Em alguns momentos, houve até declínio abrupto na curva.
Entretanto, a superação dessa linha imaginária chama atenção por ter surgido após a principal flexibilização no distanciamento social na cidade, que permitiu abertura de pequenos e médios comércios no dia 4 deste mês.
Mas segundo o secretário de Saúde, Pablo Stürmer, mesmo com o efeito de circulação das pessoas na Semana Santa, a abertura da construção civil e da indústria apresentou pouco impacto. “Agora estamos completando cerca de 15 dias desde a reabertura do comércio. Já esperávamos algum reflexo”, lembra.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que registra o maior número de pacientes com Covid-19 na UTI, não é o que detém a maior taxa de ocupação. A instituição conta com 102 leitos adulto, com 68 ocupados e apenas 17 deles por pacientes com o coronavírus. A taxa de ocupação é de 66,67%.
Outra referência para o tratamento da doença, o Hospital Conceição vive uma situação menos confortável, com 76,81% de ocupação. Há 69 leitos adulto na casa de saúde, com 53 ocupados – nove deles com pacientes da Covid-19.
O secretário lembra que a contabilização da ocupação das UTIs considera também pacientes internados de qualquer lugar, não apenas com domicílio em Porto Alegre. Interior do estado e Região Metropolitana correspondem a cerca de 50% dos pacientes internados com o novo coronavírus.
