Expectativa de vida: gaúchos do Norte vivem mais que os da Metade Sul

Média de expectativa de vida do Rio Grande do Sul foi de quase 77 anos entre 2016 e 2018; mulheres gaúchas vivem mais que os homens

Expectativa de vida dos homens gaúchos é 4 anos menor que a média e 7 anos menor em comparação com as mulheres | Foto: Alina Souza/Correio do Povo
Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Uma pesquisa do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Planejamento mediu a expectativa de vida ao nascer dos gaúchos. Os dados são referentes ao intervalo entre 2016 e 2018. A média do Rio Grande do Sul alcança os 76,89 anos de idade. O estudo, no entanto, revela diferenças significativas entre as 28 regiões do Estado.

Foto: DEE/Seplag

Enquanto a Metade Norte apresenta números acima da média do Rio Grande do Sul, a Metade Sul tem valores inferiores. A região gaúcha com maior expectativa de vida é a Norte, que compreende os municípios no entorno de Erechim. Na localidade, a população vive 80,10 anos em média. Na outra ponta, entre os moradores da região da Campanha, que compreende o entorno de Bagé, o número cai para 75,08 (veja abaixo a média das demais regiões).

A pesquisadora responsável pelo levantamento, Marilene Dias Bandeira, ressalta que a diferença se dá em razão de diversos motivos. “Tem vários fatores que explicam. A economia, parte socioeconômica, apropriação da agricultura, concentração de renda”, elenca. “Esse estudo apresenta mais uma dimensão para tentar mostrar essa diferença. A expectativa de vida ao nascer, que indica quantos anos, em média, um recém-nascido espera viver”, explica Bandeira.

Diferença por idades

O estudo também mostrou que as mulheres gaúchas vivem mais que os homens. A expectativa de vida da população feminina é de 80,65. Já a masculina é de 73,11 anos, quase quatro anos a menos que a média total do Rio Grande do Sul (76,89).

A pesquisadora Marilene Dias Bandeira observa que a diferença ocorre porque os homens são mais suscetíveis a mortes violentas. “Os homens morrem muito mais por causas externas, que são suicídios, homicídios, acidentes”, explicou. “De 2016 a 2018, houve 8 mil óbitos por causas externas e 80% desses óbitos foram de homens”, exemplificou a pesquisadora do DEE, ressaltando para as mortes ente homens jovens.


Expectativa de vida por região do RS (Coredes):

  • Norte (Erechim): 80,10 anos
  • Nordeste (Lagoa Vermelha): 80,05
  • Serra (Caxias do Sul): 79,40
  • Rio da Várzea (Palmeira das Missões): 79,23
  • Noroeste Colonial (Ijuí): 79,09
  • Vale do Taquari (Lajeado): 78,81
  • Celeiro (Três Passos): 78,43
  • Fronteira Noroeste (Santa Rosa): 78,33
  • Vale do Jaguari (Santiago): 78,33
  • Vale do Caí (Montenegro): 78,29
  • Médio Alto Uruguai (Frederico Westphalen): 78,14
  • Central (Santa Maria): 77,70
  • Missões (Santo Ângelo): 77,70
  • Hortênsias (Gramado): 77,37
  • Campos de Cima da Serra (Vacaria): 77,07
  • Produção (Passo Fundo): 76,99
  • Alto da Serra do Botucaraí (Soledade): 76,96
  • Média do Rio Grande do Sul: 76,89 anos
  • Centro-Sul (Charqueadas): 76,56
  • Alto Jacuí (Não-Me-Toque): 76,41
  • Metropolitano Delta do Jacuí (Porto Alegre): 76,37
  • Vale do Rio Pardo (Santa Cruz do Sul): 76,33
  • Litoral (Osório): 76,27
  • Paranhana-Encosta da Serra (Taquara): 76,04
  • Jacuí-Centro (Cachoeira do Sul): 75,82
  • Vale do Rio dos Sinos (Canoas): 75,58
  • Fronteira Oeste (Sant’Ana do Livramento): 75,47
  • Sul (Pelotas): 75,13
  • Campanha (Bagé): 75,08