Ministério da Saúde propõe novas diretrizes para distanciamento social

Detalhes devem ser divulgados na quarta-feira

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Ministério da Saúde divulgou hoje as novas diretrizes para orientar a definição de medidas de distanciamento social. As propostas, batizadas em torno do que é chamado de “plano de gestão de risco”, servem como um guia de análise da situação de cada estado ou cidade para definir as medidas de distanciamento social e estratégias complementares.

Serão avaliados quatro eixos: a capacidade instalada de tratamento, o nível epidemiológico, a velocidade de crescimento e as condições de mobilidade urbana. Na capacidade instalada, estarão aspectos como quantidade e taxa de ocupação de leitos na rede hospitalar.

Os detalhes sobre os eixos não foram divulgados pelo governo. O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que os critérios serão apresentados de forma completa na quarta-feira, quando a versão final deve ser anunciada.

Cada grupo é composto de indicadores, resultando em uma pontuação, de 0 a 20. Com isso, são avaliados os níveis de risco, de muito baixo a muito alto. A partir dessa classificação de riscos serão indicados tipos de distanciamento social: seletivo I e II, ampliado I e II e restrição máxima.

Além da avaliação quantitativa, o plano abrange mecanismos para realizar também uma outra, de caráter qualitativo. Ela serve para que os eixos sejam considerados mesmo quando as informações disponíveis não permitam uma verificação exata da análise quantitativa.

“Não é uma política de isolamento nem de flexibilização. É análise de cada local e a partir delas definimos as ações que consideramos ideais. Isso é diretriz. As decisões cabem aos estados e municípios. O que o Ministério da Saúde vai fazer é disponibilizar uma linha de avaliação adequada. Vai estar sempre disponível pra discutir com qualquer secretário estadual ou municipal para ajudar na interpretação da ferramenta e vamos trabalhar juntos”, declarou o ministro Nelson Teich.

De acordo com o ministro, esse tipo de ferramenta já está sendo adotada em outros lugares. Ele citou como exemplo o Rio Grande do Sul.

Em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que o trabalho se baseou em uma parceria com secretários estaduais e municipais de saúde. Segundo ele, as autoridades locais cobraram em reunião na semana passada essas orientações.

O titular da pasta ressaltou que, nas reuniões entre o governo e secretários, houve a suposta pacificação sobre a proposta. Teich se disse surpreso com questionamentos de secretários estaduais manifestados em reportagens na imprensa publicada hoje.