OMS reitera necessidade de alterar estilo de vida até o fim da pandemia

Dirigentes da entidade se manifestaram na data em que a erradicação da varíola completou 40 anos

Foto: cb Estevam/CCOMSex/ABr

O diretor do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou nesta sexta-feira que há um caminho para o fim da pandemia, mas que é preciso continuar vigilante e adotar mudanças no modo de viver até lá.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, as declarações foram dadas no dia em que se completaram 40 anos da erradicação da varíola – uma das doenças mais mortais da humanidade. As autoridades da OMS lembraram que a atuação conjunta dos países na época deve servir de exemplo na luta contra a Covid-19.

“Precisaremos ter alterações significativas no nosso estilo de vida até o ponto de termos uma vacina e tratamentos. E isso não é de todo ruim”, afirmou Ryan, lembrando que a atual situação deve continuar por algum tempo. “Vimos benefícios para o meio ambiente e para a nossa conexão com outras pessoas. É um grande desafio, mas alguns países que saem do ‘lockdown’ podem oferecer esperança para outros”, acrescentou.

Ryan comentou que é preciso que os países tenham solidariedade, transfiram recursos materiais e ajudem uns aos outros. “Com solidariedade vamos vencer essa batalha, ninguém está a salvo enquanto todos não estiverem”, disse, enfatizando a necessidade de reforçar os sistemas de saúde pública.

Varíola

As autoridades da OMS destacaram o trabalho coordenado da entidade e dos países-membros para erradicar a varíola, a primeira e única doença humana a ser erradicada globalmente. Ela existiu por mais de 3 mil anos e matou 300 milhões de pessoas apenas no século 20.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou que essa história, a maior vitória da saúde pública do mundo, deve inspirar na luta contra a pandemia do coronavírus, que já contaminou mais de 4 milhões de pessoas e causou 275 mil mortes.

Ele lembrou que o mundo só derrotou a varíola porque, além da vacina, houve solidariedade que permitiu a distribuição e a aplicação dela, nos anos 1960 e 1970. Na época, durante a Guerra Fria, União Soviética e Estados Unidos se uniram para combater o vírus.

“Eles reconheceram que o vírus não respeita fronteiras nem ideologias. Essa mesma solidariedade, construída na unidade nacional, é necessária agora mais do que nunca para combater a Covid-19”, disse.

A OMS também reafirmou os objetivos estratégicos do plano de resposta à Covid-19: mobilizar todos os setores e comunidades, controlar casos esporádicos e de grupos, isolando-os rapidamente, acabar com a transmissão comunitária com prevenção, controle de infecções e distanciamento físico, reduzir a mortalidade e desenvolver vacinas e medicamentos seguros e eficazes.