Cremers repudia reintegração de médicos cubanos no RS em meio a pandemia

Segundo entidade, crise sanitária não pode ser usada como "subterfúgio para burlar leis e colocar em risco ainda maior a saúde da população"

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) emitiu uma nota de repúdio contra a reintegração de médicos cubanos que vem ocorrendo em municípios do Interior gaúcho. Nos últimos dias, 39 cidades receberam os profissionais de volta, conforme a entidade.

A nota manifesta preocupação e salienta que “a pandemia [de Covid-19] não pode ser usada como subterfúgio para burlar leis e colocar em risco ainda maior a saúde da população”. Sustenta ainda que uma situação grave não pode ser usada para abrir “precedentes para justificar medidas descabidas”, “inoportunas” e que podem gerar “mais insegurança”.

O manifesto, que é assinado pelo presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, também questiona se os cubanos “são mesmo médicos” e encerra lembrando que “a demagogia não pode usar o desespero da população como justificativa”.

Questionada sobre as contratações, a assistente técnica da Atenção Primária do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS), Ana Paula Cappellari, destacou que o reingresso dos médicos estrangeiros está de acordo com o edital nº 5 do Ministério da Saúde, publicado em março, antes mesmo da disseminação da pandemia de Covid-19 no país.

A sanitarista lembra que o edital prevê o preenchimento de vagas não ocupadas por médicos brasileiros em locais de difícil acesso e em cidades do interior brasileiro.