Possibilidade de reabertura gradual do comércio em maio anima entidades

Dia das Mães é segunda data mais importante do ano para o varejo

Foto: Mauro Schaefer / CP

Entidades representativas do comércio comemoraram, nesta quinta-feira, a possibilidade de uma abertura gradual de lojas e estabelecimentos comerciais em Porto Alegre e na região Metropolitana a partir do cumprimento de uma série de exigências estabelecidas pelo governo gaúcho.

O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas) informou que as entidades mantém tratativas com governo e prefeituras para efetuar a reabertura de alguns setores mediante cumprimento de protocolos de higiene.

Presidente do Sindilojas, Paulo Kruse explica que a entidade já encaminhou uma série de informações sobre o comércio de Porto Alegre e de Alvorada, e ressalta que o Dia das Mães é a segunda data mais importante para o varejo. Segundo o dirigente, o setor está preparado para adotar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e voltar a funcionar gradualmente.

“Estamos conscientes disso. Ele (prefeito Nelson Marchezan Jr.) está sensível e aborrecido com o que está acontecendo, mas está recebendo dados da gente a toda hora para que possa tomar a melhor decisão”, observa.

Além de reconhecer que o momento exige cuidado redobrado da população e do comércio, Kruse garante que o lojista está consciente da necessidade de reforçar as ações preventivas junto a funcionários e ao público para evitar a disseminação do novo coronavírus.

“A nossa expectativa é de que parte do comércio possa abrir até o Dia das Mães. Há tratativas nesse sentido, mas não há certeza de que isso venha a ocorrer”, adverte. “A empresa não é um CNPJ, ela é feita de pessoas, e as pessoas também não querem ser infectadas e nem infectar alguém. Temos que levar isso em consideração”, completa.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre aprovou a sinalização de reabertura gradual do comércio. Para o presidente da CDL, Irio Piva, as manifestações da Prefeitura e do governo estadual trazem um alento ao setor justo no mês em que se comemora o Dia das Mães. Ele considera que o período de enfrentamento à pandemia no Rio Grande do Sul serviu para conscientizar parte da população sobre a necessidade de adotar medidas preventivas, como uso de máscaras, por exemplo. Piva disse ainda que os números de leitos disponíveis na região Metropolitana são ‘bons’, uma vez que existem poucos sendo ocupados, no momento, por pessoas diagnosticadas com Covid-19.

Piva entende que o prefeito está sensível à demanda do setor. “Ele vai liberar nos próximos dias, mas vai ser uma volta lenta à normalidade, gradual, do jeito mais responsável. Que não seja tudo de uma vez”, observa. O dirigente frisa que a categoria entregou documento com compromissos assumidos pelos comerciantes. “A orientação para atendimento é para que os funcionários trabalhem de máscara e o estabelecimento mantenha à disposição álcool gel na entrada”, destaca. Se for necessário, as lojas poderão disponibilizar máscaras aos consumidores. “Todos somos responsáveis pela saúde das pessoas”, ressalta.

A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) avalia que os novos protocolos e decretos de distanciamento controlado atendem os pedidos da entidade, estancando o colapso econômico. A presidente Simone Leite garante que a federação sempre defendeu a necessidade de observar as condições de cada comunidade ou região para permitir a atividade econômica.

“O que sempre criticamos foram as decisões de isolamento horizontal, colocando os negócios e a economia de todo o estado à míngua”, sustenta. Conforme a presidente, os gestores públicos devem ter o ‘bom senso em buscar o equilíbrio’ nas medidas, conciliando saúde e economia.

Já a Fecomércio informou que as restrições serão proporcionais ao grau de segurança de cada setor e à relevância econômica de cada atividade. O presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, reforça que solicitou ao governo a liberação dos provadores de roupas nas lojas de regiões que tenham classificação de risco mais branda e a inclusão de mais atividades essenciais no rol de liberações.

A entidade garante que vai seguir orientando empresários a fornecerem equipamentos de proteção e a reforçarem medidas de higiene para evitar o contágio, com base no protocolo de segurança disponibilizado às autoridades.