Projeto da Câmara vai na contramão dos esforços de POA, diz Prefeitura

Câmara aprovou, por 21 votos a 14, projeto que amplia lista de atividades consideradas essenciais em Porto Alegre; Prefeitura estuda veto à matéria

Secretário Bruno Miragem apontou falta de amparo técnico no projeto aproveitado pela Câmara | Foto: Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo
Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo

A Prefeitura de Porto Alegre estuda quais medidas irá adotar para inviabilizar o projeto que autorizou a retomada das atividades econômicas na Capital. O texto foi aprovado pela Câmara Municipal nessa segunda-feira (27) e flexibilizou uma série de regulamentações impostas pelo Executivo em razão da pandemia de Covid-19. O secretário extraordinário de Combate do Coronavírus em Porto Alegre reconheceu a surpresa do governo com a ampla liberação encaminhada pelo Legislativo.

Em alguns pontos, o texto considerou essenciais serviços que já estavam na lista de imprescindíveis decretados pela Prefeitura. Em outros, incluiu atividades como a de professores de Educação Física e a venda de veículos.

Segundo o titular da pasta, Bruno Miragem, o projeto da Câmara limita as ações da Prefeitura. “Há uma relação de relativo conforto, especialmente, em relação a nossa capacidade hospitalar”, apontou. “De modo que o projeto, ao engessar essa capacidade do governo de fazer isso e exigir que toda e qualquer restrição seja submetida à lei, vai na contramão daquilo que no mundo inteiro é realizado”, completou o secretário.

Maioria e possibilidade de veto

O projeto aprovado pela Câmara é de autoria de seis vereadores: Felipe Camozzato (Novo), Comandante Nádia (Dem), Mendes Ribeiro (Dem), Ricardo Gomes (Dem), Professor Wambert (PTB) e Valter Nagelstein (PSD). O texto passou por votação com 21 votos favoráveis e 14 contrários (confira a lista abaixo). A Prefeitura estuda vetar alguns pontos da matéria. No entanto, o veto do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) pode ser derrubado em plenário.

Bruno Miragem explica que devem ser vetadas as liberações que não têm amparo técnico. Outras, segundo o secretário de Enfrentamento do Coronavírus, liberam o funcionamento de atividades de alto risco de contágio pela Covid-19. “Não há uma crítica à importância das atividades elencadas no projeto, mas a sua capacidade de contribuir com o aumento do risco de contágio”, observou. “A alternativa do veto me parece ser uma alternativa que hoje se coloca como principal no nosso exame”, completou Miragem.

O secretário ressaltou a visão da Prefeitura de que economia e saúde não se opõem. “São questões complementares, que devem ser vistas em conjunto. Não podem se opor, seja no discurso político, seja no exame técnico e administrativo”, avaliou Bruno Miragem.


Voto de cada vereador no projeto de liberação de atividades:

VOTOS FAVORÁVEIS

VOTOS CONTRÁRIOS

  • Alvoni Medina (Republicanos)
  • Cassiá Carpes (PP)
  • Cássio Trogildo (PTB)
  • Cláudia Araújo (PSD)
  • Cláudio Conceição (PSL)
  • Cláudio Janta (Solidariedade)
  • Comandante Nádia (Democratas)
  • Dr. Goulart (PTB)
  • Felipe Camozzato (Novo)
  • Hamilton Sossmeier (PTB)
  • João Bosco Vaz (PDT)
  • João Carlos Nedel (PP)
  • José Freitas (Republicanos)
  • Luciano Marcantônio (PTB)
  • Maárcio Bins Ely (PDT)
  • Mendes Ribeiro (Democratas)
  • Mônica Leal (PP)
  • Paulo Brum (PTB)
  • Professor Wambert (PTB)
  • Ricardo Gomes (Democratas)
  • Valter Nagelstein (PSD)
  • Adeli Sell (PT)
  • Airto Ferronato (PSB)
  • Aldacir Oliboni (PT)
  • Engenheiro Comassetto (PT)
  • Idenir Cecchim (MDB)
  • Karen Santos (PSOL)
  • Lourdes Sprenger (MDB)
  • Marcelo Sgarbossa (PT)
  • Mauro Pinheiro (PL)
  • Mauro Zacher (PDT)
  • Paulinho Motorista (PSB)
  • Prof. Alex Fraga (PSOL)
  • Ramiro Rosário (PSDB)
  • Roberto Robaina (PSOL)