Hospital Vila Nova recebe 66 novos leitos para pacientes com Covid-19

Instalações foram montadas em 28 dias; atendimento passa a ser feito nesta quarta

Foto: Alina Souza / CP

Foram entregues, nesta terça-feira, mais 66 leitos clínicos no Hospital Vila Nova, na zona Sul de Porto Alegre. O espaço entra em funcionamento a partir desta quarta-feira. Em um primeiro momento, o setor só vai atender pacientes diagnosticados ou suspeitos de terem contraído a Covid-19. Com esse fim, a Prefeitura destinou R$ 3,5 milhões para a Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), que administra o hospital.

As novas instalações foram montadas em 28 dias, destacou o prefeito, Nelson Marchezan Jr., durante a cerimônia de entrega. O Vila Nova já recebia pacientes com suspeita de coronavírus vindos dos postos da Cruzeiro, Lomba do Pinheiro e da UPA Zona Norte. A lotação nos 20 leitos de UTI da casa de saúde, na tarde de hoje, era de 90%, com 18 deles ocupados, conforme o monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde.

O presidente da Associação Vila Nova, Dirceu Dal’Molin, disse que, nos próximos dias, o hospital também vai prestar auxílio para os hospitais Conceição e Clínicas. O Vila Nova deve receber os pacientes com Covid-19 que receberem alta da UTI para encerrarem o período de observação.

Pós-pandemia

Marchezan também destacou o fato de que os leitos seguirão à disposição após a pandemia. “Isso aqui não é um hospital de campanha, é um hospital de ponta que estamos ampliando”, observou.

Para ampliar os serviços prestados pelo Hospital Vila Nova pós-pandemia, vai ser preciso alterar o contrato entre o poder público e a Associação.

Marchezan deve vetar liberação gradativa da economia

O prefeito também falou sobre a aprovação de um projeto de lei que amplia os serviços considerados essenciais na cidade. Marchezan antecipou que a proposta, aprovada na Câmara de Vereadores, nessa segunda-feira, deve ser vetada e admitiu um certo incômodo com a medida.

“Foi com uma certa surpresa que a gente viu a apresentação do projeto e também não imaginamos que ele fosse aprovado. Porque não há exemplo no mundo, nem em cidade brasileira, nos EUA, Europa, na União Soviética, de que a atividade econômica seja regulado por lei em momentos de pandemia”, salientou.

Para Marchezan, o projeto engessa as ações do Poder Público. “Ele tira os poderes do Executivo durante a pandemia, o que nos surpreende mais ainda”, declarou.

Mais uma vez, Marchezan defendeu as medidas de isolamento e projetou um cenário bem pior caso em caso contrário. “Nas duas semanas iniciais, a demanda por leitos de UTI para coronavírus se duplicava a cada cinco dias, hoje teríamos a necessidade de 500 leitos e não estaríamos atendendo”, alertou.

O prefeito admitiu que as ações devem ser flexibilizadas a partir de agora. “Pelo menos há um indício de que o isolamento teve resultado e estamos há mais duas semanas em achatamento na demanda por leitos de UTI por coronavírus, então isso nos leva a tomar decisões no sentido de liberar algumas atividades, mas não de uma forma generalizada.”

Critérios envolvem arrecadação

Entre os critérios que serão analisados para decidir quais setores devem retomar as atividades está a capacidade de arrecadação. Quem gerar mais impostos ao município vai ter prioridade, levando em conta outros critérios técnicos em conjunto. “Que vai gerar uma arrecadação maior pro tesouro para ele poder dar conta das despesas de saúde que vão aumentar”, explicou o prefeito. Já as aulas não devem ser retomadas antes de junho no município.

Máscaras no transporte coletivo

Ao falar sobre o uso de máscaras nos coletivos, Marchezan deixou claro que a ideia é não punir quem não cumpre a regra, mas criar uma cultura para que elas se tornem um hábito. “O decreto que dá essa orientação é muito mais para legitimar um guarda municipal, um fiscal da EPTC e o motorista para que tenham atitude educativa e só depois punitiva. Não é intenção nossa punir ninguém”, assegurou