Coronavírus: ministro da Saúde reconhece agravamento da situação

Cenário preocupa mais em Manaus, Recife, Rio e São Paulo

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em entrevista coletiva, no início da noite, em Brasília, o ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu que o aumento de casos de coronavírus se tornou uma tendência. Anteriormente, ele havia defendido uma análise mais detalhada sobre se o total diário se devia à atualização de casos anteriores ou era um aumento de fato.

“A curva vem crescendo e há agravamento da situação. Isso continua restrito aos lugares que estão vivendo maiores dificuldades, como Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Entendendo que Brasil tem que ser tratado de forma diferente, mas nesses lugares com um quadro de piora vamos continuar acompanhando para ver como vai ser a evolução”, declarou Nelson Teich.

De acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 71.886 pessoas infectadas, 5.017 óbitos e 32.544 pacientes recuperados que deixaram de apresentar os sintomas da doença. A letalidade subiu para 7%, o maior índice desde o início da pandemia no país.

As cidades mais afetadas pela pandemia vivem já o colapso dos sistemas de saúde. Em Manaus, Fortaleza e Rio de Janeiro há filas de espera por leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI). O cenário é preocupante em outros locais, como a região metropolitana do Recife e Belém.

Hoje, Teich se reuniu com governadores da região Norte. Amanhã, com os governadores das regiões Sul e Nordeste. E na quinta, do Sudeste e do Centro-Oeste. Ele afirmou que o ministério está “trabalhando para dar apoio” a locais mais afetados, como por meio da contratação de recursos humanos e da aquisição de respiradores e equipamentos de proteção individual (EPI).

“A partir de amanhã vamos distribuir 185 respiradores para estados e municípios mais afetados. Vamos encaminhar novos kits de EPI para estados mais complicados e estamos contratando recursos humanos para reforçar equipes de saúde. Além disso, testes laboratoriais, testes rápidos, tudo isso está acontecendo simultaneamente”, acrescentou o secretário executivo, Eduardo Pazuello – que não detalhou números para além dos respiradores.

Segundo o Painel de Leitos e Insumos do órgão, até o momento, foram repassados 20 respiradores. Embora não haja registro no painel de leitos locados, o governo anunciou ter disponibilizado 540. Hoje, o Ministério divulgou edital para a contratação de mais dois mil. A abertura das propostas do pregão ocorre na quinta-feira. As selecionadas terão de sete a 10 dias para montar os leitos, divididos em 200 kits de 10 cada um.

De acordo com a plataforma do Ministério da Saúde, até hoje haviam sido repassados 3,4 milhões de testes rápidos, 35,2 milhões de toucas, 25,9 milhões de máscaras cirúrgicas, 2,2 milhões de máscaras N95 e 1,5 milhão de aventais.

“É uma situação difícil. A gente sabe como está difícil obter recursos como respiradores. Este é talvez o grande problema. É um problema mundial. A gente concorre com o mundo inteiro. Estamos buscando entender como está funcionando o Brasil. Essa centralização é fundamental para que a distribuição seja baseada na necessidade mais imediata de cada cidade”, acrescentou o ministro.