A operação do transporte público de Porto Alegre sofrerá nova redução de oferta nas linhas a partir deste domingo. A prefeitura justifica a alteração como necessária para minimizar o impacto financeiro e garantir a manutenção do serviço, em especial nas linhas de maior carregamento, visto que a perda de passageiros atualmente é de 72%.
A partir desta segunda-feira, 27, a oferta de viagens será de 40% em relação a um dia útil comum, antes da pandemia, para um número de passageiros em torno de 30% do que circulava em dias úteis no período considerado típico. Com a alteração, 169 linhas terão impacto sendo que 31 linhas serão desativadas e outras 138 sofrerão redução de viagens no entre pico. Parte delas passam a circular somente nos horários de pico da manhã (das 5h às 9h) e da tarde das (16h às 19h). No domingo, a oferta será de 31%, com redução de 69% em relação a um domingo típico, antes das restrições de circulação.
Negociação com a ATP
Em virtude da grave situação de desequilíbrio entre receita e custo do sistema, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) aceitou parcialmente a proposta de redução da oferta da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) para operar o transporte coletivo de Porto Alegre. A proposta, que deixaria os trabalhadores dos serviços essenciais sem ter opção de transporte público com o corte de 99% das viagens a partir das 19h aos domingos e 20h em dias úteis, foi negociada para garantir o atendimento até a meia-noite nos principais eixos de atuação de Porto Alegre (av. Farrapos, av. Assis Brasil, av. Baltazar de Oliveira Garcia, av. Protásio Alves, av. Bento Gonçalves, av. Teresópolis, av. Cavalhada, av. Juca Batista, av. Borges de Medeiros, av. Wenceslau Escobar, av. Cel. Marcos, av. Serraria e av. Ponta Grossa).
A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) havia informado, ainda na semana passada, que iria promover novas restrições na operação dos ônibus da Capital. Segundo a ATP, as linhas que circulam próximas a hospitais e que percorrem avenidas principais teriam prioridade.
A entidade esclareceu que as alterações visam evitar o colapso que resultaria em interrupção definitiva do transporte coletivo. O engenheiro de transporte da ATP, Antônio Augusto Lovatto, salientou que o objetivo é prolongar ao máximo a continuidade do serviço com os recursos disponíveis. A intenção é priorizar a operação para as pessoas que realizam serviços essenciais na cidade. Sobre as tratativas para obter subsídios externos, a associação destaca que está apelando para os governos, em todas as esferas, junto a outras entidades do setor, no intuito de conseguir recursos para financiar a operação do serviço, mas até o momento não obteve êxito.
Linhas desativadas em dias úteis:
• Consórcio MOB: 4321, 605, 608, 6171, 6172, 6531, M21, M31, M52 e TR61;
• Consórcio Viva Sul: 176, 264, 2682, 2685, 2701, 284, A09, A11, A141, A17, A69, A85, A288;
• Consórcios Mais e Via Leste: 476, A14, A98, A99 e M76;
Linhas desativadas aos domingos:
• Consórcio MOB: 4321, 605, 608, 6101, 620, 632, 637, 650, 6531, 654, 661, 662, 7052, 7312, B09, M21, M31 e M52;
• Consórcio Viva Sul: 176, 177, 188, 244, 2441, 264, 2685, 2701, 272, 2733, A288, A09, A11, A141, A17, A85;
• Consórcio Mais: 255, 2572, 2573, 3441, 3442, 347, A348, 349, A360, 375, 3762, 3984;
• Consórcio Via Leste: 429, 433, 4332, 436, 4382, 473, 476, 4923, 525, 6712, A14, A952, A953, A97, A974, A98, A99, A991 e M76.
Os passageiros podem verificar seus ônibus, com GPS em 100% da frota, e outras opções de itinerários através do aplicativo do Cartão TRI, conforme a necessidade de seu deslocamento.
Sem contar com receitas extras, a prefeitura ressalta que foi preciso otimizar o sistema e priorizar o atendimento em linhas com mais demanda para assim atender o maior número possível de pessoas. Todas as alterações seguem as determinações para conter o avanço do coronavírus descritas no Decreto 12.542/2020.
