Volume de cadastros e acessos dificulta atendimento do auxílio emergencial, explica superintendente da Caixa

Ricardo Bier Troglio afirma que sistema ficou sobrecarregado com a alta procura, mas que agora está normalizado

Foto: Guilherme Almeida/CP

Anunciado pelo governo federal no final de março, o auxílio emergencial de R$ 600 tem provocado grande procura nas agências da Caixa Econômica Federal e reclamações de brasileiros devido à demora na análise dos cadastros e consequente liberação dos benefícios. Em entrevista à Rádio Guaíba nesta sexta-feira, o superintendente de rede da Caixa Federal no Rio Grande do Sul, Ricardo Bier Troglio, explicou que o elevado número de pessoas procurando pelo benefício, muitas delas que não têm direito ao mesmo, provoca demora na análise dos dados por parte da Dataprev que faz o cruzamento das informações com o Ministério da Cidadania.

“A demanda que veio de trabalhadores informais, cadastrados no MEI e contribuintes individuais da previdência superou as expectativas. Obviamente, muitos sem direito. Muitas pessoas fazendo cadastro, mas com renda acima do permitido ou pessoas que já possuem benefícios do INSS, por exemplo, tentando receber. Por isso, a Dataprev está processando e muitos ficam em análise porque a empresa precisa cruzar essas informações com todos os cadastros disponíveis que o governo federal possui”, explica.

O superintendente de rede da Caixa no Rio Grande do Sul disse que a procura pelo benefício superou as expectativas do governo. Ele reconheceu que as pessoas tiveram dificuldades em fazer o pedido do benefício, mas disse que o banco realizou ajustes técnicos nesta semana e que o sistema agora está normalizado.

“Realmente as pessoas tiveram muita dificuldade de acessar, baixar e cadastrar. Nós estávamos, em média, com 200 mil usuários simultaneamente acessando o sistema. A Caixa ampliou essa capacidade para 500 mil. Até porque os cadastros vieram em lotes e vieram com muitos milhões de cadastros aprovados e ouve uma corrida das pessoas em buscar o acesso. Agora, está normalizando”, afirma.

Troglio reforçou que milhares de agências estão abertas em horário especial (das 8h às 14h) para atender a demanda da população em relação ao auxílio emergencial. Questionado sobre as filas e aglomerações nas agências, o superintendente afirmou que os vigilantes estão organizando a fila do lado de fora dos bancos desde ontem, adotando as medidas de prevenção ao coronavírus.

A Dataprev, empresa que avalia os dados para o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, e o Ministério da Cidadania homologaram e vão enviar nesta sexta-feira à Caixa novos lotes dos cadastros finalizados pelo aplicativo e site do banco. São mais de 7 milhões de requerimentos referentes aos dias 11 a 17 de abril. Com o recebimento dos cadastros, esses requerentes deverão ser informados pela Caixa, no aplicativo ou site, sobre o resultado da análise realizada pelos órgãos.

Nova análise

As pessoas que não foram aprovadas para receber o auxílio poderão se cadastrar no aplicativo ou no site da Caixa para uma nova avaliação. O aplicativo Caixa Auxílio Emergencial passou a disponibilizar a possibilidade de nova solicitação ou contestação do resultado da análise efetuada pela Dataprev.

Como fazer o pedido de nova avaliação

Se o retorno da análise for “dados inconclusivos”, será permitido ao cidadão realizar nova solicitação. Os motivos da inconclusão podem ser:

• marcação como chefe de família sem indicação de nenhum membro

• falta de inserção da informação de sexo

• inserção incorreta de dados de membro da família, tais como CPF e data
de nascimento

• divergência de cadastramento entre membros da mesma família

• inclusão de alguma pessoa da família com indicativo de óbito

Se o resultado for “benefício não aprovado”, o cidadão poderá contestar o motivo
da não aprovação ou realizar nova solicitação.

Período da pandemia

O auxílio emergencial inclui três parcelas de R$ 600 durante o período da pandemia de coronavírus. Desde 9 de abril, já foi pago um total de R$ 23,5 bilhões a 33,2 milhões de brasileiros, entre trabalhadores informais, autônomos, mães chefes de família e beneficiários do Bolsa Família.