Até o mundo paralisar devido à pandemia do novo coronavírus, o Gigantinho, construído em 1973, caminhava a passos céleres rumo a uma reinauguração. Porém, o processo que previa a reforma do ginásio do Inter com recursos de um parceiro foi interrompido. Neste momento, o tema está no Conselho Deliberativo, já com alguns meses de atraso.
E, pior ainda, ninguém consegue garantir que, diante da crise econômica que deve sufocar todas as empresas nos próximos meses, alguma das três propostas de parceiros que já repousavam sobre a mesa dos dirigentes colorados ficará de pé após o final da pandemia.
“Se tudo isso (pandemia) não tivesse acontecido, tenho quase certeza que a gente já estaria em fase de assinatura de contrato. E que a obra começaria em breve. Como tudo parou, fica complicado de dar uma previsão. Esperamos que seja o mais rápido possível”, aponta o vice-presidente de negócios estratégicos do Inter, João Pedro Lamana Paiva.
Paiva comanda a pasta do clube, que recebeu as propostas de várias empresas e fez uma primeira peneira. Avançaram três ofertas: a da portuguesa ConflyBras Gestão de Ativos, a do pool das gaúchas Opus e DC7, e uma outra liderada por uma empresa ligada à saúde.
A ideia delas era bancar a reforma do Gigantinho em troca da permissão de uso por 20 anos, com algumas outras contrapartidas ao clube. O negócio, de qualquer forma, renderia pouco dinheiro ao clube. A melhor delas geraria cerca de R$ 360 mil por ano para os cofres do Inter.
Por outro lado, a obra revitalizaria o patrimônio do clube. A ideia é transformar o Gigantinho, hoje sucateado, em um equipamento apto a receber shows, eventos e, no caso de uma das propostas, uma clínica voltada à medicina esportiva. Depois desse período, o ginásio voltaria para o Inter, que poderia administrá-lo da forma que lhe conviesse. O valor aproximado que seria gasto pelos parceiros na obra seria de cerca de R$ 30 milhões.
A discussão das propostas já passou pela comissão de novos negócios do Conselho Deliberativo, que fez um relatório. Agora, o tema está sendo discutido pela comissão de patrimônio. No final, com base na avaliação das duas comissões, o CD deverá optar por uma das propostas.
“O clube não ganharia muito dinheiro, mas teria o patrimônio recuperado, o que já seria um grande negócio. Agora, não tem como prever o que vai acontecer”, finaliza o conselheiro Dannie Dubin, integrante da comissão de novos negócios do CD.