OMS alerta para alta em casos da Covid-19 na América Latina e África

Diretor-geral da entidade destacou que ainda "há um longo caminho pela frente"

Foto: Divulgação/WHO

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, nesta quarta-feira, em entrevista coletiva, que existe ainda uma tendência de alta nos casos de coronavírus em algumas regiões, citando América Latina, África e Leste Europeu. Ghebreyesus ressaltou também que a maioria dos países do mundo não atingiu o pico da pandemia. “Há um longo caminho pela frente”, advertiu, durante a entrevista do comando da instituição, em Genebra, na Suíça. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Ghebreyesus disse que quase 2,5 milhões de casos da doença já foram reportados à OMS, com mais de 160 mil mortes. Segundo ele, um dos maiores riscos no quadro atual é “a complacência”, ou seja, que se relaxem as restrições e isso resulte em uma nova onda de infecções. “É preciso encontrar os casos, isolar, testar e tratar os doentes”, voltou a insistir, comentando que a recomendação da OMS é para que se testem “todos os suspeitos, não toda a população”.

O diretor-geral afirmou que há tendências diferentes do desenvolvimento da Covid-19, dependendo da região, inclusive dentro de cada uma. Na Europa Ocidental, por exemplo, ele disse que há tendência de estabilidade ou recuo no ritmo de disseminação da doença.

“Novo normal”

Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou ainda que é necessário que o mundo estabeleça um “novo normal”, que seja “mais saudável, mais seguro e melhor preparado”, para enfrentar a pandemia de coronavírus, no momento em que vários governos discutem planos para a retomada econômica mais adiante.

O diretor executivo do Programa de Emergências à Saúde da OMS, Michael Ryan, afirmou acreditar que os riscos podem ser gerenciados, mas também defendeu que as administrações tenham a possibilidade de voltar a impor restrições, caso a disseminação do vírus volte a ocorrer.

Outro ponto discutido por Ryan é a questão das viagens. De acordo com ele, os países precisarão avaliar como lidar com pessoas que saem de nações mais atingidas pelo coronavírus para outras menos afetadas, mas não citou uma recomendação específica nesse caso.