Quem não contou nos dedos os dias que faltavam para aquela festa?
Quem não dormiu direito porque no dia seguinte jogaria uma final de campeonato ou um grande evento?
Quem não acordou na madrugada e não conseguiu voltar a descansar pensando naquele grande negócio daquela grande reunião???
Quem não ficou com um sorriso bobo no meio da tarde pensando naquela pessoa e construindo toda uma cena daquele encontro…
Quem não traçou todos os caminhos de um grande trabalho que iria fazer durante vários e vários dias, às vezes meses ou até anos???
Isso é expectativa!
E a criamos sistematicamente em nossas vidas, não só para grandes eventos e situações, mas também em pessoas.
Isso é errado ou certo?
Eu sempre considero que não existe certo ou errado quando trata-se de pensamentos individuais. Existe o que eu considero ser minha verdade e a verdade dos outros. Cabe à mim, respeita-las e entende-las.
Criar expectativas é do ser humano, entretanto, se eu pudesse escolher ou dar um conselho ao meu filho, eu diria: “- Aprenda a não criar expectativas!”
“Ahhh, que fácil isso, Fabiano!” É, eu sei, não é fácil. É inconsciente…
O grande problema das expectativas são as decepções, e isto vale para situações, grandes eventos, finais de campeonatos e pessoas.
Nem sempre as coisas irão acontecer conforme nós arquitetamos em nossa mente, nem sempre. As pessoas nem sempre serão aquilo que fabricamos em nossos pensamentos, as atitudes delas nem sempre irão corresponder aquilo que nos esperamos, assim como nós também inevitavelmente iremos decepcionar alguém em algum momento.
Bom, sendo isso inevitável, o que fazer?
Tentar. Sim, tentarmos não criar tantas expectativas em pessoas, negócios ou situações. Acreditar? Sim. Confiar? Sim, até às ações mostrarem o contrário. Insistir? Sim, quando isso não beirar a teimosia.
Criar ou não expectativas não é algo automático que apertamos o botão de ON/OFF e está tudo resolvido. A pior notícia que tenho para hoje é que a melhor forma de aprender a administrar nossas expectativas, é justamente com as decepções. Infelizmente. É nesta constante sequência de darmos de cara com tudo aquilo que foi totalmente ao contrário do que imaginamos é o que vai nos ensinar a lidar com isso…
Dói? Dói. É ruim? Sim, é muito ruim, mas esta é a melhor forma de aprendermos a jogar neste jogo chamado vida.
Por isso, tenhamos a consciência que quando algo sai errado, ao contrário de nós lamentar devemos agradecer, afinal, neste momento estamos colocando uma página importante em nossas vidas. A página da experiência e do conhecimento, que ali na frente poderá ser muito importante para um novo grande passo.
Alguns chamam isso de resiliência, eu chamo de enxergar as coisas sempre pelo lado positivo por piores que elas sejam.
Fabiano Brasil.