Serviços e indústria são os mais impactados pela pandemia de Covid-19

Além de serviços e indústria, agropecuária do Rio Grande do Sul sofrerá baque no ano de 2020, com projeção de queda do PIB

Pesquisador Tomás Torezani é membro da equipe que analisou impactos da crise nos setores de serviços e indústria | Foto: Divulgação/FEE
Pesquisador Tomás Torezani é membro da equipe que analisou impactos da crise nos setores de serviços e indústria | Foto: Divulgação/FEE

O impacto da pandemia de coronavírus no mundo será mais profundo nos setores de serviços e indústria. Os dados são de uma pesquisa do Departamento de Economia e Estatística da Secretaria Estadual do Planejamento. O estudo apresenta indicadores de atividade econômica e as medidas de isolamento adotadas em diversos países. Uma das informações levantadas é a que mede o rigor do confinamento em todo o planeta. O Brasil é mais rigoroso que os Estados Unidos, por exemplo, mas mais flexível que Itália e Argentina.

O pesquisador do Departamento de Economia e Estatística, Tomás Torezani, ressalta que a crise atual é mais forte que a quebra do mercado financeiro em 2008. “A gente observa quedas generalizadas em todos os países e regiões. Na China, nos Estados Unidos, no Brasil, na União Europeia etc. E esses dados indicam impactos negativos mais severos do que os verificados na crise financeira internacional de 2008 e 2009”, relatou.

Impactos no RS

Serviços e indústria são áreas importantes para a arrecadação de tributos do governo estadual. O mesmo reflexo se vê na vida dos municípios. Das 50 cidades com maior valor absoluto do PIB no Rio Grande do Sul, 49 têm o setor de serviços como carro-chefe da economia local. Deste grupo, apenas Triunfo tem a indústria com melhor desempenho econômico.

O pesquisador Tomás Torezani pontua que, além dos dois setores, a agropecuária gaúcha também passará por maus momentos em razão da estiagem. “Os impactos econômicos aqui no Rio Grande do Sul ainda estão sendo mensurados. Mas o que está ocorrendo no mundo, ou seja, uma das piores crises já verificadas, nos fornece algumas pistas do que pode ser registrado aqui”, alertou. “É muito provável que os três grandes macrossetores da economia – agropecuária, indústria e serviços – contribuam negativamente para o PIB do Rio Grande do Sul”, completou o analista.

Na análise da Secretaria do Planejamento, o estudo reforça a necessidade do governo federal recompor as perdas na arrecadação tributária de Estados e municípios. De acordo com a pasta, os impactos no consumo têm reflexos diretos na receita de ICMS e ISS. No domingo (19), o presidente Jair Bolsonaro disse faltar orçamento para socorrer as unidades da federação.