Leite promete que Polícia vai investigar agressões a mulheres em ato pró-intervenção militar

Duas mulheres agredidas prestaram depoimento hoje; delegado tenta encontrar agressor já identificado

protesto indiciado

Em coletiva na tarde desta segunda-feira, o governador Eduardo Leite garantiu que serão devidamente investigadas as agressões ocorridas, nesse domingo, durante um ato, no Centro de Porto Alegre, que pedia a intervenção do Exército para fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Leite definiu como “lamentáveis” os ataques cometidos pelos agressores contra, pelo menos, duas mulheres, na tarde de ontem. “Vivemos em um estado democrático de direto, de democracia, em que tem que haver respeito às outras posições políticas”, afirmou.

O governador lembrou, ainda, que manifestações como as que ocorreram nesse domingo, em todo País, “não fazem bem à saúde”. “Aglomera pessoas e expõe todo mundo a riscos de contágio”, comentou.

Vítimas depõem e agressor é identificado

Na tarde de hoje, o titular da 17ª Delegacia de Polícia, delegado Cléber Lima, confirmou à reportagem da Rádio Guaíba que as duas mulheres agredidas, além de duas testemunhas, foram ouvidas nesta segunda-feira. Conforme ele, uma das vítimas relatou que os socos e pontapés se iniciaram após uma amiga dela, nua e enrolada em uma bandeira do Brasil, subir em um muro da Igreja Nossa Senhora das Dores para pedir a saída do presidente Jair Bolsonaro, cuja gestão é apoiada pelo grupo que fazia o ato.

“A atitude da agressão resultou de um ato provocativo da jovem nua, amiga de uma da vítimas que apanhou durante a manifestação. A vítima, junto da manifestante nua, fazia imagens, fotografias do ato. Com isso, com esse ato provocativo, alguns homens se sentiram insultados e acabaram agredindo uma das moças”, relata o delegado. Cléber Lima pondera que, embora tenha havido um ato provocativo, a agressão física não se justifica.

Em relação à outra mulher agredida, o delegado explica que, em depoimento, ela disse que tentou ajudar e apartar a briga. De acordo com o relato de Márcia Velasques Campos, ela havia saído para um passeio com os cães e acabou agredida ao ser prensada contra uma parede.

Um dos agressores já está identificado, conforme a Polícia. O delegado tenta encontrá-lo para entregar a intimação. Lima garante que tenta, ainda, identificar outros dois manifestantes envolvidos nas agressões.