Justiça dá 48h para que Piratini se manifeste em ação que pede fim de testes da Covid em agropecuária

Ministério Público adverte para falta de know how de estabelecimento, que atua como petshop em Pelotas, para realizar coleta e testagem

Foto: Ricardo Giusti / CP

A 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre concedeu, nesta quinta-feira, prazo de 48 horas para que o governo estadual se manifeste acerca da cautelar emitida pelo Ministério Público Estadual que exige a suspensão do contrato firmado com uma agropecuária de Pelotas para realizar testes de novo coronavírus na população gaúcha. O MP alega que o estabelecimento, que funciona como uma petshop, não conta com know-how para prestar o serviço.

No despacho, ao elencar a complexidade do contrato firmado, o juiz Murilo Magalhães Castro Filho abriu prazo para que o Piratini se justifique antes de tomar uma medida. “A complexidade da contratação do objeto do feito, a gravidade dos questionamentos levantados pelo autor e o relevante interesse público acerca da avença torna imprescindível neste momento a oitiva do Estado do Rio Grande do Sul antes de qualquer decisão concernente à necessidade ou não de suspensão do contrato firmado entre os réus”, proferiu. O magistrado disse, ainda, que é preciso levar em conta o impacto social da decisão a ser tomada.

Ontem, o MP emitiu parecer exigindo a suspensão do vínculo com a M & S Produtos Agropecuários e alertando que o estabelecimento não conta com “experiência com análise clínicas humanas”, o que gera “perigo de dano ou o risco” para sociedade. O Ministério Público pede que o contrato seja suspenso por 30 dias, assim como o congelamento dos pagamentos feitos à agropecuária.

A empresa, contratada de forma emergencial e sem licitação, garante ter capacidade de processar 250 testes por dia, com entrega dos resultados em 24 horas, a um custo de R$ 175, cada. A M & S também confirmou contratado dois farmacêuticos para realizar os exames. O convênio pode render aos proprietários da agropecuária até R$ 8 milhões.

Enquanto o governo gaúcho sustenta que a Anvisa autoriza a contratação de laboratórios agropecuários para os testes de coronavírus, o MP lembra que existem, hoje, quase mil laboratórios credenciados para executar o serviço no Rio Grande do Sul.