STF mantém decisão que impede Adélio Bispo de falar à imprensa

Revista Veja tenta, desde 2018, entrevistar ex-servente de pedreiro, que esfaqueou Jair Bolsonaro

Foto: Assessoria de Comunicação Organizacional do 2° BPM

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve hoje a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) que impediu Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro, de conceder entrevistas à imprensa. Adélio segue preso na Penitenciária Federal em Campo Grande. A sessão ocorreu em formato de videoconferência.

O caso chegou ao STF por meio de um recurso da revista Veja, que pretende entrevistar Adélio desde 2018. O TRF3 negou a autorização devido ao reconhecimento de que o acusado é portador de transtorno mental.

Ao julgar o caso, por 3 votos a 1, os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lucia também acrescentaram que a decisão também deve ser mantida por questão processual. Edson Fachin divergiu e votou favor da liberação da entrevista por entender que não pode ocorrer restrição ao trabalho da imprensa.

Em junho do ano passado, o juiz Bruno Savino, da 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora (MG), absolveu Adélio Bispo pela facada após o processo criminal considerar o ex-servente de pedreiro inimputável, em função do transtorno mental.

Conforme a denúncia feita pelo MPF e aceita pela Justiça, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições por meio do assassinato de um dos concorrentes na disputa presidencial.

A defesa de Adélio sustenta que ele agiu sozinho e atacou Bolsonaro pelo fato de ter a “mente atormentada e possivelmente desequilibrada”.